A pandemia do coronavírus está aos poucos afetando a rotina da população de Dracena. Após recomendações vindas de diversos setores do governo e do estado em geral, ficar em casa é vital para evitar o contágio da COVID-19.
Bares e restaurantes da cidade já estão sofrendo com baixa movimentação. Na noite da última quarta-feira, 18, a equipe de reportagem do Jornal Regional visitou alguns estabelecimentos locais, a fim de conversar com proprietários e clientes. “Já é possível notar uma movimentação mais baixa de pelo menos 80%. Normalmente neste horário já tínhamos vários clientes, mas hoje está vazio. Nunca tinha visto isso desde que comecei aqui”, disse José Francisco de Medeiros, proprietário de um restaurante há um ano e meio.
Para ele, é necessária a colaboração da população. “Se todos ajudassem e fizessem a sua parte a gente sofreria bem menos com o vírus”. Para ele, a queda de clientes pode durar dois meses. “Temo por algumas empresas que podem fechar”, finalizou o empresário.
Nayara Francioli, proprietária de outro bar e restaurante da cidade disse que o movimento já foi baixo na terça-feira, 17. “Espero que nos próximos dias já acabe (o movimento baixo). Nunca tinha visto antes”, disse ela.
Apesar da preocupação com a empresa, ela ressaltou que as entregas pelo delivery melhoraram muito. “O pessoal não vem aqui comer, mas aumentou bastante a demanda de entregas. Se todo mundo colaborar e evitar sair de casa a saúde não corre risco”, disse ela afirmando que o serviço de entregas continua.
José Augusto Junior, responsável por uma lanchonete de cachorro quente afirmou que também sentiu a queda. “O número clientes que optam por comerem aqui já caiu esses dias. Em contrapartida, aumentou bastante as encomendas para buscar o lanche no local”, afirmou.
Neusilente Costa Farias gerencia um dos bares mais movimentados da cidade. Na noite de quarta-feira, era praticamente o único na cidade com certa clientela. Ela afirma que se preocupa com estoque. “O meu principal medo é com o estoque. Se manter essa baixa podemos perder muita comida que terá que ser descartada”, afirmou.
Há quatro anos no cargo, Farias afirma que seu principal produto será afetado. “A gente vende muito chopp. Corre risco de os barris vencerem. Já estamos fazendo algumas promoções para não perder o produto”, afirmou esperando pela diminuição de clientes.
Endil Paraguai, proprietário de um dos bares visitados pela reportagem levantou outro motivo da baixa movimentação: os estudantes. “Com o cancelamento das aulas, boa parte dos nossos clientes foram para suas respectivas cidades ou até mesmo não saem de casa. Eu ainda não consegui medir o tamanho da queda, porque abri hoje (quarta, 18)”, disse ele.
Clientes
A equipe do Jornal Regional também conversou com clientes de um dos bares. Fernando César não demonstrou tamanha preocupação. “Não estou ligando muito para o coronavírus. Acredito que seja algo grave, mas não devemos ficar em casa. Acredito também ser muito alarmismo e que a mídia divulga muita coisa errada”, disse o jovem.
Eike Ogawa, outro cliente, disse que por Dracena ser uma cidade menor, o fluxo de pessoas vindas de grandes centros é baixo. “Nós não recebemos muitas pessoas que vêm de grandes centros ou de fora do país. Ainda não temos casos confirmados na nossa região. Acredito que ainda não é pra tudo isso”, disse.