Eram 10 vagas para universitárias da área de computação como embaixadoras do programa She++, da Universidade Stanford, nos Estados Unidos. Apenas três brasileiras foram escolhidas, duas delas da Universidade de São Paulo (USP) e uma do curso de Sistemas de Informação, da Faculdade de Informática (Fipp) da Unoeste. Nathalia Rodrigues de Almeida tem apenas 20 anos e está no 5º termo da graduação. Em sua primeira viagem para o país norte-americano, ela conta como conquistou a vaga, como soube do programa e o que fará na Califórnia a partir do dia 1º de abril deste ano.
O She++ é um programa extracurricular da Universidade Stanford, feito por alunas da área de computação da instituição com a missão de diminuir a desigualdade de gêneros nesta área. De acordo com a Nathalia, a oportunidade de participar surgiu quando ela conheceu uma ex-estudante da USP, que na época cursava Ciência da Computação. “Foi a Sabrina que me contou sobre o programa e que me motivou a me inscrever”, revela.
A acadêmica conta que a seleção começou em novembro do ano passado e que terminou apenas no meio de dezembro. Porém, o resultado só veio no dia 13 de janeiro. “Primeiro tive que enviar meu currículo acadêmico com todas as minhas notas. Depois tive que responder um questionário com diversas perguntas baseadas no porque escolhi a área de computação, o que eu poderia fazer em prol da minha cidade sendo uma embaixadora, quem me inspira, quais são minhas atividades extracurriculares, entre diversos outros questionamentos”, explica.
Nathalia salienta que desde o início estava bastante esperançosa com sua classificação por ter boas notas e ter respondido o questionário de forma sincera e objetiva. Porém, como os resultados estavam para sair no dia 31 de dezembro de 2019 e não saíram, imaginou que não tivesse conquistado uma das vagas. “Já no dia 1º de janeiro recebi um e-mail informando que ainda estavam selecionando as meninas. Apesar das minhas esperanças terem diminuído um pouco, continuei aguardando e acreditando muito em Deus até que chegou a tão aguardada resposta no dia 13 e fui selecionada!”, comemora.
A estudante acredita que o resultado se deve muito ao que tem vivenciado na Fipp durante as aulas, com as atividades extracurriculares que participa e com a parceria que possui com os professores. “Com certeza a Fipp tem total responsabilidade por esta conquista. Temos uma das melhores faculdades de informática do Brasil na Unoeste e se não fosse pelos excelentes professores e coordenadores, acredito que não seria capaz de passar por todo este processo seletivo, ainda mais em relação às minhas notas e atividades extras que participo, como monitorias e iniciação científica. Mas, acredito também que muito se deve ao meu próprio interesse de ir atrás e descobrir o programa, pesquisar e me preparar para ele”, diz.
Sobre o She++, Nathalia revela que é a realização de um sonho poder ser embaixadora, pois desde muito nova ela pensa em morar e trabalhar com computação fora do Brasil e o programa poderá lhe abrir portas para conquistar isso. “Tenho certeza que crescerei como pessoa durante esses dias, pois se antes eu já me interessava em ajudar e mudar essa realidade de poucas mulheres na área, agora tendo essa chance real, fico muito mais motivada a realizar atividades em prol de mais mulheres na computação. Acredito que estamos caminhando para que essa desigualdade diminua e que um dia ela deixe de existir”, fala.
Nathalia chega na Califórnia no dia 1º de abril e o programa será realizado nos dias 2, 3 e 4. Ela retorna ao Brasil apenas no dia 5 do mesmo mês. “Lá, iremos conhecer as grandes empresas do Vale do Silício como o Google, o Facebook e algumas startups. Em um dos dias iremos até a Universidade Stanford visitar o campus e participar de palestras com os professores de lá. Ao fim, será realizada uma festa de gala com todos os profissionais das empresas visitadas, os professores de Stanford e as participantes do She++. Isso é feito para que as embaixadoras consigam contatos e mentores das empresas e da universidade”, conta.
Durante o ano em que Nathalia atuará como embaixadora do She++, ela terá a missão de desenvolver atividades de captação de meninas e mulheres para a área de computação na cidade de Presidente Prudente. “Não tenho uma programação definida a seguir, mas pretendo ministrar palestras, cursos e tudo o que for possível para contar sobre minha experiência. Sou a única mulher na minha sala em Sistemas de Informação, quero mudar este cenário daqui pra frente”, finaliza.