O surto do novo coronavírus, o Covid-19, fez com que o estoque de álcool gel sumisse das prateleiras de farmácias e mercados em todo o Brasil. Ao mesmo tempo, surgem receitas caseiras que prometem a mesma ação antisséptica do produto industrializado, mas que na prática, não têm o mesmo efeito e podem causar danos à saúde. O professor de Química do Colégio Marista Frei Rogério, Angelo Pinto, explica que o álcool gel é eficiente porque consegue quebrar a parede do vírus. “O coronavírus é envolto por uma barreira lipídica, que pode ser quebrada com o uso do álcool gel. Dessa forma, o virus morre e a superfície é higienizada”, explica.
Álcool gel funciona?
Sim! A composição do álcool gel 70% é indicada, pois a solução de 30% água e 70% álcool, consegue romper mais facilmente a parede do vírus, mas o álcool líquido também é eficiente. “A versão em gel é mais segura, por não ser inflamável e não agredir a pele. Mas como o produto está em falta na maioria das cidades, a versão líquida também pode ser usada da mesma forma”, orienta o professor.
Gel de cabelo ou gelatina podem ser usados?
Não. O álcool gel industrializado é feito com substâncias estáveis e próprias para o uso antisséptico. A fabricação inclui o uso de polímeros hidrosolúveis e substâncias que regulam o Ph da solução. Gel de cabelo e gelatina não são estáveis e podem acabar prejudicando a saúde ao invés de prevenir doenças. A gelatina é um composto orgânico e se ficar fora da geladeira, se decompõe, o que pode levar a uma reação alérgica ou outras complicações. “Receitas caseiras e milagrosas podem ser prejudiciais à saúde. Não se deve brincar com a saúde nem colocar em risco a saúde de outras pessoas”, explica o professor.
Vinagre combate o coronavírus?
Não. Vinagre é bom apenas na salada. Não há comprovação científica de sua propriedade antisséptica e por isso não deve ser usado como substituto a outros materiais.
É preciso lavar as mãos e passar álcool gel?
Não é preciso fazer os dois, mas toda prevenção nesse momento é recomendada. Lavar as mãos com frenquência, por cerca de 20 segundos, incluindo as unhas, vão dos dedos e pulsos já basta para uma boa higiene. O importante é manter esse hábito e evitar tocar o rosto, olhos e boca ao máximo. (Com informações assessoria de imprensa/ Rede Marista de Colégios)