Você pode não ter percebido ou não ter assistido nenhum comercial na TV, mas a data tão importante para o cristianismo, que celebra a ressureição de Jesus Cristo, já será neste domingo. A Páscoa foi pouco falada em 2020 devido à pandemia do novo coronavírus. Quarentena, uma palavra que está na ponta da língua de todos, nunca havia sido dita tantas vezes. Antes, a palavra sempre foi associada ao período entre a quarta-feira de cinzas e o domingo de Páscoa. O termo também é muito citado por religiosos que ficam sem comer carne vermelha durante este período. Hoje, a ‘quarentena’ não é falada neste sentido. Curiosamente, a quarentena cristã e a quarentena imposta pela pandemia foram praticamente nas mesmas datas. E um ramo alimentício vem sentido
muito. O mercado de peixes viu suas vendas despencarem no período de maior faturamento do ano. Rogério Soares da Silva, proprietário de um frigorífico de peixes em Dracena, contou ao Jornal Regional, como está a situação. “As vendas caíram mais de 50% em relação ao ano de 2019. A expectativa agora é que a gente consiga cobrir a despesa da empresa”. Para ele, o fechamento de restaurantes e comércios é uma necessidade, mas que irá afetar muito a empresa dele. “Os restaurantes estão fechados. As pessoas estão em casa cozinhando. Os restaurantes não irão comprar peixes como compravam antes”, afirmou. Outra constatação foi a queda nas vendas da loja que o grupo é proprietário no Mercadão da cidade. “Como as pessoas não estão circulando pela cidade, as vendas também caíram. Estamos atendendo, mas com horários agendados, algumas
entregas e encomendas, que também caíram”, ressaltou. De acordo com o empresário, o impedimento para viagens também prejudica. “O feriado prolongado é uma coisa que trazia muitas pessoas de outras cidades para Dracena. Isso fazia movimentar o comércio local. Na Páscoa, sempre foi normal pessoas de outras cidades encomendarem peixes para comemorar a data com familiares daqui”, disse ele. Quanto às consequências da crise causada pela pandemia, Silva foi claro: falta empatia dos políticos. “Acho que eles deveriam parar de brigar na televisão e ajudar de verdade a população e os empresários que irão sofrer bastante nesta fase de crise”. O empresário relatou também que dará férias coletivas para seus funcionários a partir da próxima semana e que já dispensou alguns funcionários do frigorífico.
Pedro

Vendas de peixes caíram mais de 50% em relação ao ano de 2019 (Pedro Reis/JR)