O Governo do Estado de São vai aplicar, a partir de 15 de maio, em parceria com os municípios, testes rápidos para a identificação de coronavírus mesmo em quem não apresenta sintomas da infecção. Um projeto-piloto já foi iniciado em parceria com a Polícia Militar, incluindo 35 mil profissionais da cidade de São Paulo e seus familiares, totalizando 145 mil pessoas.

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Nesta primeira fase, cerca de um milhão de exames do tipo serão usados, dos quais 500 mil estão sendo comprados pelo Instituto Butantan, coordenador da Plataforma de Laboratórios para Diagnóstico de Coronavírus no Estado, mediante um investimento de R$ 30 milhões. Os demais vieram do Ministério da Saúde e já estão em fase de envio aos municípios.

O teste rápido de Igm/Igg, que identifica em aproximadamente 15 minutos a presença de anticorpos do vírus no sangue, será usado em pessoas que tiveram com pacientes positivos para COVID-19 mas permaneceram assintomáticas por mais de 14 dias.

Também poderão realizar o teste rápido, independentemente de terem tido contato com pessoas infectadas, os profissionais das áreas da saúde e da segurança pública, população privada de liberdade, doadores de sangue e pessoas que vivem em asilos, casas de repouso, orfanatos, comunidades terapêuticas e os menores da Fundação Casa.

Haverá acompanhamentos específicos da transmissão do coronavírus, por meio de testes rápidos e do tipo Elisa, em coortes populacionais definidos juntamente com os municípios.

O protocolo para pessoas que tiveram contato com pacientes infectados pelo novo coronavírus e estão sem sintomas há menos de 14 dias prevê a realização do exame do tipo RT-PCR, que identifica o material genético (RNA) do vírus. Esse tipo de exame já vinha sendo realizado na rede pública de São Paulo, com prioridade para óbitos, casos graves e profissionais da saúde.

O teste rápido será indicado também para pessoas que manifestaram sinais leves da doença, após 14 dias do fim dos sintomas. Já para aqueles pacientes com os sintomas, mesmo leves, será indicado o exame de RT-PCR.

“Estamos ampliando a estratégia de testagem da população e esperamos com isso ter uma melhor dimensão da curva de infecções no Estado de São Paulo. Isso é fundamental para a tomada de decisões no enfrentamento da pandemia”, afirma Dimas Tadeu Covas, diretor do Instituto Butantan.

Rede de laboratórios

A Plataforma de Laboratórios para Diagnóstico do Coronavírus foi criada no último dia 3 de abril e em menos de 20 dias zerou a demanda reprimida por exames de RT-PCR no Estado.

A rede conta com 42 laboratórios habilitados e capacidade para fazer até 5 mil exames por dia. A partir de maio a capacidade será de até 8 mil processamentos de amostras diárias. São Paulo terá capacidade de realizar cerca de 27 mil exames de PCR por milhão de habitantes, superior a países como Estados Unidos, França e Reino Unido, por exemplo.