A taxa de isolamento social domingo, 26, no estado de São Paulo, chegou a 58%, pior índice registrado para um domingo desde o início do período da quarentena. A taxa considerada ideal é acima de 70%, mas o governo de São Paulo já considera satisfatória quando ela fica acima dos 50%.
O maior índice foi registrado na cidade de Bebedouro, onde a taxa alcançada foi de 70% ontem, valor considerado ideal para a menor disseminação do vírus e evitar um colapso no sistema de saúde.
De acordo com o governador de São Paulo, João Doria, o baixo isolamento social pode provocar uma revisão na decisão do governo de iniciar a flexibilização da quarentena no estado, determinada até o dia 10 de maio.
A decisão sobre o início da abertura do comércio e serviços considerados não essenciais vai depender, segundo ele, da “taxa de isolamento adequada assim como uma taxa de disponibilidade de leitos nos hospitais, principalmente de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e do mapa de avanço ou não do coronavírus”. Doria disse que apesar do pedido do comércio para que a liberação comece a ser feita antes do Dia das Mães, a quarentena no estado será mantida até o dia 10 de maio, conforme previsto.
A central de inteligência analisa os dados de telefonia móvel para indicar tendências de deslocamento e apontar a eficácia das medidas de isolamento social. No momento, há acesso a dados referentes a 104 cidades maiores de 70 mil habitantes.
Prefeitura
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, disse que iniciou onteme, às 7h30 da manhã, um bloqueio educativo na Avenida Radial Leste, um dos principais eixos da cidade, ligando a região central e a zona leste. A zona leste é uma das regiões da cidade com maior número de casos e também apresenta a maior ocupação de leitos de UTI por causa do coronavírus. “A ação visa informar a população, fazendo verificação da temperatura das pessoas e dando folhetos [sobre o coronavírus] e distribuindo máscaras. É uma ação pedagógica, informativa”, explicou o prefeito. Segundo ele, a ação poderá orientar a prefeitura sobre outras áreas de bloqueio na cidade, tentando restringir ainda mais a circulação de pessoas.
Cinco meses
Segundo o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, o governo prevê que a pandemia dure cerca de cinco meses em São Paulo. “Temos algum tempo dessa pandemia que não vai ser indefinida. Ela tem tempo de vida. Ela deve demorar uns cinco meses, pelo menos é o que aconteceu em outros países. E o vírus aqui está tendo um comportamento muito parecido com os demais países. Temos que nos resignar para poder viver. Precisamos ficar em casa cada vez mais. Só saíam de casa pessoas envolvidas em serviços e atividades essenciais. Esse é o único remédio que nós temos, acrescido do uso de máscaras”, explicou.
(Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil)