Popularizou-se recentemente pela internet o Desafio da Farinha: uma brincadeira em que uma pessoa faz perguntas (como “quem é o mais bagunceiro?”) e, a depender da resposta, leva o rosto de um dos participantes na farinha de trigo.

Com o advento da quarentena, o desafio viralizou e têm se espalhado Brasil a fora como forma de entretenimento. Apesar de parecer uma brincadeira inofensiva, não é bem assim. Especialistas alertam para os perigos envolvidos, como a aspiração de partículas de farinha que podem levar ao surgimento ou agravamento de uma doença respiratória, como explica o pneumologista do Hospital do Câncer de Londrina, Dr. Claudio Rezende.
“Pode ser rinite, asma ou bronquite, pneumonia de hipersensibilidade ou ainda broncoaspiração, que leva a uma infecção aguda do pulmão”, relata.
Segundo o médico, em tempos de coronavírus, o alerta é ainda maior, já que pessoas que não têm doença pulmonar pré-existente podem acabar desenvolvendo e, com isso, passar a fazer parte do grupo de risco. Pacientes que já possuem doenças do trato respiratório também precisam ter cuidado redobrado nesse momento.

“É importante que essas doenças estejam controladas. Quem tem asma precisa estar com as medicações bem otimizadas, quem tem uma bronquite crônica, rinite, precisa estar bem tratado e sem sintomas, para que, caso venha a desenvolver uma doença, incluindo uma infecção pelo novo coronavírus, ela não seja tão grave assim”, orienta.

E os perigos do Desafio da Farinha vão além do aspecto clínico. A “brincadeira” pode não ter um desfecho tão legal e criar mais casos de doentes respiratórios, o que, consequentemente, leva mais pessoas a buscar assistência hospitalar. Os casos mais graves podem inclusive exigir a utilização de respiradores, equipamentos tão importantes e escassos no sistema de saúde brasileiro.

(Com informações assessoria de imprensa)