Nesta semana foram comemoradas duas datas importantes para a sociedade. Talvez ninguém tenha notado realmente, elas só são notadas mesmo quando atacam.
Na última quarta-feira, 20, foi comemorado o dia mundial das abelhas. Ontem, 22, foi dia do apicultor. O apicultor é aquele que cria abelhas para a extração do mel que é visto em feiras e supermercados pelo Brasil.
Como é o trabalho do apicultor?
Alvino Orlando está no ramo da apicultura desde o início dos anos 90. Há 30 anos lidando com as ‘bichinhas’, como ele mesmo disse, ele cultiva abelhas em um espaço rural próximo ao distrito de Jamaica.
Com 20 caixas de abelhas por lá, ele cuida com muito zelo e cuidado aquilo que é o complemento do seu sustento vendendo mel em feiras. “Tem que tomar muito cuidado para não ser picado. Mas hoje em dia já me acostumei. Não com a dor, isso não tem como, mas acostumei a me cuidar pra não ser alvo de ferroadas”, disse ele.
Para ele, uma colmeia representa uma sociedade interessante. “Existe a abelha rainha, que é aquela que coloca os ovos. As caixas são as casas dessas abelhas. A rainha fica lá dentro. Lá fora existem abelhas guardiãs, as operárias que saem em busca do alimento, e as que trabalham internamente, tudo muito organizado”, explicou.
Segundo ele, cada caixa conta cerca de 70 mil insetos e produzem por ano cerca de 50 quilos de mel. “A gente tem muito zelo para não agredir e prejudicar as abelhas. Eu sei que o mel que elas produzem serve para elas se alimentarem, só retiro o excesso. Não adianta ter um enxame com muitas abelhas se elas estão fracas”, disse Orlando.
Com muita serenidade, Orlando falou da importância deste trabalho na vida dele. “Eu comecei por hobby, vi que poderia ganhar um trocado e ajudar com a aposentadoria. Hoje, isso aqui é uma terapia natural. Lidar com essas abelhas, trabalhar com elas, vir para o meio do mato, isso esvazia minha mente de muitos problemas e faz a gente querer seguir em frente”, finalizou Orlando.
Celso Cardoso é outro apicultor, no auge dos seus 84 anos. Seu Celso ainda é muito acionado para lidar com as abelhas. Há tanto tempo trabalhando com isso, ele nem se lembra mais quando começou. “Meu pai tinha uma criação de abelhas, então sempre convivi com isso. Faz tanto tempo que eu nem me lembro mais”, disse ele.
Para seu Celso, a maior missão que ele pode contribuir é manter a espécie viva. “Minha maior missão por aqui é preservar a espécie das abelhas. Muitas pessoas falam e confirmo com muita certeza: sem abelhas no mundo não há alimentos”, disse ele.