Saudade de uma festa junina né meu filho? Esse ‘meme’ das redes sociais foi bastante falado durante todo o mês de junho. As tradicionais festas juninas não aconteceram em 2020 por causa da pandemia da COVID-19.

Mesmo diante de todas as dificuldades causadas pela pandemia, Daiana de Souza Novaes, vendedora de uma fábrica de paçocas de Dracena, disse que há esperanças para que 2020 não seja um ano perdido e as festas típicas não passem em branco. “Acredito muito que as festas juninas só foram adiadas para outros meses. É tradição do Brasil, é uma festa enraizada. Torço para que em 2020 possamos celebrar festas ‘agostinhas’, ‘setembrinas’”, disse Novaes.

Sem as festas tradicionais, junho deixou de ser o mês mais rentável para a empresa em que ela toca junto da família. “Caiu muito mesmo em comparação com os anos anteriores. Junho é o mês que a gente mais vende. Sem contar que distribuímos para restaurantes e bares, porém todos estão fechados por causa do coronavírus. Afeta diretamente nossos rendimentos, porque junho sempre foi o mês mais movimentado e dessa vez parou”, disse ela.

Uma saída encontrada para manter a tradição junina foi a ‘caixa junina’. “Muitas empresas e escolas montaram sacolas ou caixas juninas. Colocam doces típicos, presenteiam alunos ou membro de uma equipe de trabalho. Tudo isso para não perder a tradição”, explicou Novaes.

Além disso, Novaes disse que as vendas pequenas de certa forma ainda acontecem. “Muitas famílias fizeram reuniões pequenas para fazer ‘festa junina’ com os mais próximos. Nada comparado como antes, mas tem sido assim que as pessoas vêm realizando”, finalizou Novaes.

Já Vagner Cristiano de Oliveira, proprietário de uma distribuidora de doces na cidade, disse que em sua loja, a venda de produtos típicos deste mês teve uma queda brusca. “Estimo uma queda de cerca de 80% nas vendas em comparação aos anos anteriores”, disse Oliveira.

Outro fator determinante para afetar as vendas foi às interrupções escolares. “A gente vendia muito para escolas particulares, licitações, sem as aulas não tivemos essas vendas. Interferiram bastante, doces típicos dessa época saiu muito pouco”, disse ele.

Oliveira ainda comentou que viu muitos produtos vencerem ou estragarem sem vendas. “Tive muitos produtos que distribuía em escola que venceram ou estragaram. Cerca de 10% não consegui me desfazer e tive que jogar fora por não poder ser consumido”, explicou.

Segundo ele, as vendas de embalagens, que é um complemento da distribuição de doces, estão ajudando nesse período. “Como vendo embalagens e produtos do gênero estou tentando estabilizar. No geral, deixamos de vender 40% do esperado por causa da pandemia. Este ano é um ano de prejuízo na certa”, finalizou.