A Vigilância Epidemiológica Municipal (VEM) confirmou, nesta segunda-feira (8), o primeiro caso de Leishmaniose Visceral Americana em humano do ano, em Presidente Prudente. A doença foi registrada em um senhor de 73 anos, morador do Parque dos Girassóis.
Com a confirmação autóctone, ou seja, contraída em Prudente, a VEM informa que teve início o manejo ambiental.
Neste primeiro momento, em um perímetro de 17 quadras da residência em que o caso foi catalogado, os agentes orientarão os moradores para que efetuem a retirada de todo material em decomposição, como galhos, folhas e outras matérias orgânicas em decomposição que possam contribuir para proliferação do mosquito Palha, transmissor da doença.
Ainda durante o trabalho, será combinada uma data para que o morador deposite o material na calçada, devidamente ensacado, para que a VEM passe promovendo o recolhimento do mesmo.
Posteriormente a realização do manejo ambiental, deverá ser promovida a borrifação, cujo trabalho é agendado previamente, uma vez que é necessário adentrar ao imóvel para borrifar o inseticida na parte interna e externa da residência.
Já ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) caberá o inquérito sorológico, que consiste na coleta de sangue de todos os animais que residem na casa em que houve a confirmação no humano para verificar se eles também têm a doença.
Mesmo em quarentena, cães precisam de proteção
Com a pandemia provocada pelo coronavírus, autoridades em saúde têm recomendado que as pessoas fiquem em suas casas, reduzindo, inclusive, o passeio com seus cães.
Porém, mesmo estando longe de ambientes abertos e com menos contato com outros animais, os cães ainda estão suscetíveis a doenças transmitidas por parasitas, como a leishmaniose visceral. “No caso desta doença, a atenção precisa ser redobrada, pois se trata de uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida do cão para o ser humano por meio da picada de um mosquito”, alerta o médico veterinário Jaime Dias.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é líder em número de casos de leishmaniose visceral no continente americano, totalizando 96% dos casos.
A transmissão ocorre quando a fêmea infectada do mosquito, popularmente conhecido como birigui ou palha, pica um animal saudável para se alimentar, transmitindo desta forma as leishmanias (protozoários) para o mesmo. Os cães infectados podem levar em média três meses para apresentar sinais clínicos.
Dentre os mais comuns estão perda de peso, lesões de pele, crescimento exagerado das unhas, vômito, diarreia e perda de apetite. “Muitos tutores demoram a perceber porque os sintomas são parecidos com os de outras doenças”, diz Jaime Dias.
Sua evolução é crônica e se não diagnosticada a tempo poderá levar o animal a óbito. A doença não tem cura, porém o tratamento deverá ser realizado para recuperação clínica do paciente.
Segundo Dias, os tutores devem considerar alguns fatores de risco e agir preventivamente. Manter os animais longe dos mosquitos transmissores é uma delas, resguardando os cães principalmente ao final da tarde e início da noite, pois é neste momento que ocorre a maior frequência das picadas, além disso, utilizar medidas efetivas que possuam ação repelente e inseticida contra o agente transmissor.