Certamente você ou alguém da sua família guarda remédios em casa para qualquer emergência ou por ter sobrado algumas unidades após o fim do tratamento.

Pois bem, muitos deles devem estar vencidos e você não sabe o que fazer. Porém, no último dia 5, decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro irá interferir diretamente na sua ‘farmácia’ de casa.

O decreto diz que agora as pessoas terão a possiblidade de devolver os remédios vencidos ou em desuso nos pontos que estarão localizados em drogarias ou farmácias participantes da ação. O decreto diz também que a cada 10 mil habitantes a cidade deverá ter um ponto de coleta.

O medicamento fará o mesmo trajeto que faz para chegar ao consumidor final, porém de forma reversa. O cliente deposita o medicamento vencido ou em desuso nos pontos de coleta, o estabelecimento irá recolher e posteriormente encaminhar para a distribuidora de medicamentos que repassará para a indústria farmacêutica responsável.

Para Danilo Lapenta, presidente da APFDD (Associação de Farmácias e Drogarias de Dracena), a medida será muito importante no ponto de vista sócio ambiental. “Acho muito importante este decreto para a preservação do meio ambiente. Esses remédios descartados de forma incorreta podem afetar o lençol freático e prejudicar muito nossas vidas futuramente. É normal vermos pilhas e lâmpadas florescentes passarem por processos semelhantes, agora será a vez dos medicamentos”, disse ele.

Ainda de acordo com Lapenta, a operação deve ser detalhada. “É tudo novidade, mas acredito que ainda é preciso discutir a operação de como será feito o recolhimento e quando será instaurado este processo. No decreto diz que capitais e cidades acima de 500 mil habitantes devem se adaptar em dois anos. As cidades acima de 100 mil habitantes terão cinco anos. Aqui em Dracena ainda é incerto”, explicou.

Lapenta ressalta que há quatro meses iniciou esse projeto mesmo que de forma tímida. “Eu fiz contato com uma empresa que recolhe lixo hospitalar na cidade. Então comecei a recolher remédios vencidos ou em desuso e entrego para essa empresa. Não teve divulgação, faço pra quem nos procura e entrega esses medicamentos para nós”, concluiu Lapenta.

Danilo Lapenta, presidente da Associação de Farmácias e Drogarias de Dracena (Arquivo/JR)