O vírus da covid-19 tem um alto índice de transmissibilidade. De acordo com a Universidade Johns Hopkins, instituição norte americana responsável por diversas estatísticas da doença, a taxa de transmissão no Brasil está em 1,11 o que significa que a cada 100 pessoas contaminadas, outras 111 podem contrair o vírus.

Em Dracena, mesmo sendo uma cidade do interior paulista, uma família chamou a atenção, o vírus acometeu as 4 pessoas da casa. “Eu fui o primeiro a adquirir os sintomas da doença. Achei que era uma gripe normal, não imaginava que poderia ser a covid”, disse Adriano Dias Marcondes, de 39 anos.

Segundo ele, chegou a suspeitar que não fosse à covid-19 por ter tido sintomas leves. “Eu tive sintomas três dias. Primeiro senti uma dor nos olhos, alguns calafrios, perda de paladar e febre eu tive um dia. Minha esposa me disse que eu poderia estar com o vírus, eu disse que esse vírus não era tão fraco assim”, diz Marcondes.

Ele explica que após uma semana, Camila Ragazzi Mota, sua esposa de 29 anos, também sentiu os mesmos sintomas. “Foi aí que eu liguei o sinal de alerta. Resolvemos fazer o teste rápido. O meu exame deu negativo e disse que não era nada. Mas ela quis fazer o exame completo. Depois de quatro dias o resultado do exame dela era positivo”, diz ele.

“Após o resultado do exame, a Isabely, (filha do casal de apenas seis anos) ficou com a garganta inflamada, e também teve a confirmação do vírus. Foi quando eu tive a certeza que eu também já havia contraído o vírus, já que duas pessoas da minha família testaram positivas”, disse ele.

Marcondes explicou que ao fazer o exame completo, descobriu que já estava com os anticorpos. Ele ainda explicou que mesmo sem ter sintoma algum da doença e já com os anticorpos, ele tomou antibióticos receitados pelos médicos.

Para ele, seguir se cuidando e prevenindo os outros é vital. “Mesmo nós todos aqui de casa estar imunes da doença por um período e não ter mais o risco de passar para outras pessoas, a gente quer se resguardar até a vacina sair”, disse Marcondes.

Já Camila Ragazzi Mota, esposa de Adriano e mãe das crianças, a principal preocupação veio por parte das crianças. Muito ativas durante toda a entrevista, os pequenos Matheus e Isabely, se assustaram. “Meu mundo caiu quando a Isabely começou a ter febre. Eu tinha certeza que era, mesmo antes de fazer o exame”, disse ela.

De acordo com ela, os filhos ficaram com muito medo. “Por tudo o que eles veem na televisão, a quantidade de informação, eles ficaram assustados. A preocupação deles era a gente morrer. Eles ficavam roendo a unha, perguntando se estavam sentindo alguma coisa, sempre ‘em cima’ de nós o dia todo”, explicou.

Por fim, Mota ainda diz que a segurança nos médicos foi muito importante para a recuperação e para tranquilizar a família toda. “Eles explicaram que o pior já havia passado. Que teríamos que ficar de quarentena 14 dias após a confirmação do exame do Matheus, o último a contrair o vírus, falar que não tivemos complicações e que as crianças estavam bem. Foi o momento que mais me senti segura e sabia que era só aguardar o fim da quarentena”, concluiu Mota.