A tradição de comer quitutes nesta época do ano não mudou mesmo com a pandemia de COVID-19, já que famílias, em suas casas, têm preparado pratos doces e salgados com milho, amendoim e também batata-doce. Assim, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado divulga as ações de pesquisa, extensão e abastecimento com os principais produtos do agronegócio de São Paulo por meio de uma série de textos. Nesta semana, a cultura escolhida é a batata-doce, produto queridinho das dietas, mas que também rende iguarias como doces.

Dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA) mostram que São Paulo produziu 147.959 toneladas de batata-doce em 2019, o que representa cerca de 20% da produção nacional. A área plantada com a cultura no estado foi de 9.295 hectares, sendo as principais regiões produtoras Presidente Prudente, Araçatuba, Tupã, Jaboticabal e Dracena. O valor da Produção Paulista de batata-doce foi de R$ 170 milhões, aproximadamente, em 2019.

A pasta realiza pesquisas científicas que buscam desenvolver cultivares de batata-doce coloridas, mais produtivas e com características que agradam produtores rurais e consumidores. Os estudos conduzidos pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), em Presidente Prudente, se iniciaram em 2016, com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) em sua primeira etapa.

Alimentação

A engenheira agrônoma da Divisão de Extensão Rural, da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), da Secretaria, Maria Cláudia Silva Garcia Blanco, ensina que “a batata-doce é uma planta rústica, de porte herbáceo prostrado, cujos ramos podem atingir de um até cinco ou seis metros, que produz raízes tuberosas de armazenamento, ricas em amido e açúcares”. Contudo, açúcares e amidos vêm sendo privilegiados em detrimento da batata comum e, por isso, é comum ver batatas-doces das mais variadas tonalidades tomando espaço em diversas preparações culinárias.

“A batata-doce supera a batata-inglesa tanto em relação ao valor calórico quanto na quantidade de nutrientes e compostos bioativos. Exerce ação antioxidante, desintoxicante, alcalinizante, anti-inflamatória, combatendo o risco de doenças crônicas e o envelhecimento precoce. No quesito auxílio na redução de peso, é preferida por proporcionar o aumento da saciedade”, acrescenta a agrônoma, também fã das qualidades nutricionais desse tubérculo.

“Suas raízes assadas no forno ou na brasa são usadas no combate de algumas carências nutricionais, por meio de seu consumo diário, e as folhas frescas também podem ser usadas na forma de cataplasma para a cura de abscessos e furúnculos”, completa.

“Na culinária, além dos tradicionais docinhos juninos, a batata-doce pode fazer parte de qualquer receita em substituição à batata-inglesa, como purê, salada, sopa, nhoque, escondidinho, chips e até bacalhoada”, ensina a nutricionista Denise Baldam, também da equipe da CDRS.