O período de isolamento e a incerteza quanto ao futuro da pandemia são fatores que vêm contribuindo para o aumento do estresse na população brasileira. De acordo com dados da pesquisa ConVid, realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a UFMG e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o consumo de alimentos saudáveis diminuiu durante a pandemia, passando de 37% para 33%. Por outro lado, a ingestão de alimentos não-saudáveis — tais quais doces, congelados e embutidos — aumentou. Entre jovens adultos, na faixa de 18 a 29 anos, 63% está consumindo doces ou chocolates duas vezes por semana ou mais.
Segundo o nutricionista Leone Gonçalves, esse aumento se explica pela forma como os doces agem no organismo. Ricos em glicose, substância que entra rapidamente na corrente sanguínea, o consumo desses alimentos gera rápida absorção e estimula a produção de alguns hormônios, como a serotonina — neurotransmissor responsável pela regulação do sono e humor. O grande problema é que, quando consumido em excesso, o açúcar provoca a sobrecarga do pâncreas, o que contribui para o desenvolvimento do diabetes, além da obesidade e gerar consequências como propensão a doenças cardiovasculares e hipertensão.
Atenção aos excessos
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, do percentual de calorias consumidas diariamente, apenas 10% devem ser oriundas de açúcares. Em uma dieta saudável, esse nível de ingestão se restringir a 5%. O ideal é que a pessoa não consuma mais do que 50 gramas da substância por dia.
A dica é procurar manter as principais refeições nos horários corretos. “O doce pode fazer parte da refeição, desde que de maneira equilibrada”. Além disso, é possível apostar em receitas de doces com ingredientes naturais, que podem ir desde cremes de cacau a picolés de frutas.