Um problema na distribuição de materiais de construção está afetando lojistas do ramo na cidade de Dracena. Devido à pandemia do novo coronavírus, muitas lojas não estão recebendo o material em tempo hábil.
Segundo Douglas Pontes Castilho, diretor administrativo de uma loja local, o principal problema foi causado pela diminuição das operações das fábricas. “As fábricas de tijolos e pisos reduziram o quadro de funcionários e consequentemente diminuíram a produção. No começo da pandemia houve muito medo por parte dos fabricantes”, disse Castilho.
Ainda de acordo com ele, esse problema está acarretando na falta do estoque. “Continuamos funcionando normalmente e mantendo uma demanda boa. Consequentemente faltou estoque de alguns produtos. Agora que os fabricantes estão voltando ao normal. Vamos esperar os próximos meses para tudo se regularizar”, disse Castilho.
Castilho ainda pontuou que a pandemia fez com que as pessoas dessem mais atenção para seus lares. “Notamos que houve um aumento nas reformas. As pessoas estão mais tempo dentro de casa, com isso sobra mais tempo para fazer reparos. Uma torneira com problemas, um assento, coisas simples que precisam de conserto ganharam mais atenção”, explicou.
Para ele, o benefício emergencial dado pelo Governo Federal também manteve aquecido o ramo. “Muitos souberam se programar e se adequar com essa ajuda. Então, os vejo usando muito esse dinheiro dentro de casa”, contou Castilho.
Em sua loja, o faturamento neste mesmo período, comparado ao ano passado foi até maior. “No começo de março fechamos. Depois as lojas de materiais de construção foram colocadas como serviços essenciais. Março foi um mês com queda, já em abril mantivemos o patamar de 2019. Maio e junho registraram um aumento em relação aos mesmos meses do ano passado. Julho acredito que se manterá nesse patamar”, concluiu Castilho.
Já Mauro Garcia, gerente de outra loja de material de construção também na cidade, disse que a linha de cerâmica é a mais problemática no momento. “Eles estão enfrentando dificuldades nas entregas. Deram férias coletivas, mas as lojas foram enquadradas como serviços essenciais. Tijolos, pisos, linha de esquadrias estão com esse mesmo problema de entrega”, explicou Garcia.
Segundo ele, a loja em que ele gere sofreu uma queda no faturamento em abril. “Em abril sentimos pouco. Mas depois não teve muita diferença do que aconteceu no ano passado. Pode ser que mais pra frente teremos a real noção do quanto à pandemia atrapalhou o ramo. Ainda é muito novo, não da para ter certeza do que vai acontecer no futuro”, disse.
Garcia também notou um aumento nas vendas de objetos de reparos para casa. “As vendas pequenas cresceram nesses meses de pandemia. Tomara que se mantenha assim”.
Sobre o futuro, Garcia explicou que o objetivo é manter os pés no chão. “Temos que ir com calma, é um vírus novo que não sabemos por quanto tempo ele estará afetando”, concluiu Garcia.