Enquanto anuncia que vai recorrer da decisão do Superior Tribunal de Justiça que o afastou do mandato, o governador do Rio, Wilson Witzel, também vai precisar se defender do processo de afastamento na Assembleia Legislativa. Na sexta-feira, numa espécie de tempestade perfeita para Witzel, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a retomada do processo de impeachment de Witzel, que estava paralisado por liminar de Dias Toffoli.
Com isso, a previsão do presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), é de que o relatório seja votado em cerca de duas semanas pelo plenário. A comissão especial que analisa o afastamento deve concluí-lo até a quinta-feira da outra semana, 10 de setembro, considerando o prazo dado a Witzel para apresentar sua defesa.
Além da comissão do impeachment, um outro colegiado especial foi formado para analisar as suspeitas de desvios na Saúde durante a pandemia. Presidida pela deputada e pré-candidata à Prefeitura Martha Rocha (PDT), essa comissão também encaminhará documentos que devem embasar o impeachment.
Ceciliano e o relator da comissão que vai elaborar o parecer sobre o afastamento, Rodrigo Bacellar (SD), também são citados na delação premiada do ex-secretário de Saúde Edmar Santos, mas não no âmbito do esquema em curso na pandemia. Segundo ele, os dois teriam participado, no ano passado, do desvio de duodécimos da Alerj para o Fundo Estadual de Saúde – o dinheiro voltaria aos deputados por meio de repasses para prefeituras. Eles negam as acusações.