Durante o período de quarentena, as pessoas estão tendo que adequar seus hábitos para uma nova rotina. Diferente do que muitas pensam, uma dieta restritiva não é a forma mais saudável de manter a sua alimentação nesse momento.
Nesse cenário de maior tempo de isolamento e diminuição do gasto energético, é importante repensar a alimentação, pois dietas como a low carb, Dukan ou detox podem abaixar a sua imunidade, deixando seu corpo mais exposto a vírus e bactérias.
“Não adianta diminuir o consumo de pães, macarrão, batata e arroz pensando em emagrecimento num momento em que o corpo precisa de energia para seu total funcionamento”, explica o nutricionista Jônatas de Oliveira.
Por que as dietas restritivas podem baixar a imunidade?
Normalmente, as dietas low carb e Dukan, por exemplo, são ricas em verduras, legumes e proteínas, porém têm poucas frutas que são fonte de carboidrato. A médica nutróloga, Ana Luisa Vilela, explica que isso pode acarretar problemas como:
Anemia
Falta de minerais
Falta de vitaminas
Fraqueza
Tontura
Mal estar
Falta de energia
“Nosso sistema imunológico precisa de nutriente, proteína, vitamina, ferro e minerais. Isso vem de uma boa alimentação. Quanto melhor a gente comer, mais forte será nossa imunidade. Assim, nosso corpo estará mais preparado para enfrentar infecções, vírus e bactérias”, explica Ana.
Porém, não é só a restrição de todos esses nutrientes que deixam o corpo mais vulnerável. Segundo Jônatas de Oliveira, as dietas restritivas colocam o corpo em um estado de alerta, o que tem implicâncias emocionais que também afetam o corpo.
“Essas dietas geram maior liberação de cortisol (hormônio do estresse) que consequentemente inibe alguns fatores relacionados com a resposta imunológica. Então, em momentos como o atual, é necessário evitar estas dietas e buscar ajuda especializada para questões como o comer emocional, ganho de peso, exageros ou compulsões alimentares”, explica o nutricionista.
O que comer na quarentena?
Tendo em vista os danos que essa restrição alimentar pode trazer, é importante pensar que todos os alimentos devem estar presentes em uma alimentação saudável. Carboidratos, proteínas, gordura boa, minerais e vitaminas devem estar no cardápio.
A médica nutróloga recomenda pelo menos 3 frutas por dia e 5 porções de verduras ou legumes e lista os melhores alimentos:
Frutas de baixa caloria: como as vermelhas e cítricas, limão, laranja, kiwi, ricas em vitamina C
Verduras com folha verde e fibras: melhoram o trato intestinal e ajuda a não ganhar caloria
Comer o máximo de alimentos frescos: como carnes, ovos e peixes. Evitando os alimentos processados, açúcar e álcool em excesso, pois podem baixar a imunidade
Água: é fundamental para metabolismo funcionar bem, principalmente as vias aéreas. Pode ser também água saborizadas com gengibre e hortelã ou ainda em forma de chás e sucos.
No caso de pessoas que já estão em contato com alguma doença é ainda mais importante manter todos os tipos de alimentos nas refeições. Nesse contexto, Jônatas explica que o apetite diminui, o que pode causar um menor consumo alimentar que prejudica a recuperação.
“Para aqueles que estão resfriados ou gripados, o tratamento medicamentoso aliado com uma alimentação saudável será necessário. Assim, não é necessário pensar em alimentos mágicos ou shots de imunidade, como muitos estão divulgando, pois estas medidas não irão gerar mais segurança para a saúde do que o isolamento social”, alerta o nutricionista.