Uma leitora de 51 anos de idade, moradora em Dracena, se queixou com o Jornal Regional sobre a falta de medicamentos na Saúde municipal, receitados em relação ao tratamento do covid. Ela disse que na segunda-feira que passou, dia 24, após as 18h procurou atendimento médico no Pronto Atendimento Municipal (PAM), porque estava sentindo sintomas respiratórios. “Estava com a renite alérgica muito atacada, então fui ao PAM para ser medicada, não tinha dor de cabeça, a médica que me atendeu verificou meus pulmões disse que estavam limpos, fez medicações e me encaminhou ao centro do covid”, explicou a leitora que preferiu não ter a identidade revelada.
No Centro Municipal de Atendimento ao Covid 19 em frente à Santa Casa ela foi atendida e a mandaram permanecer em isolamento residencial até fazer o exame de covid que será na próxima segunda-feira, dia 31. “Meus sintomas da renite melhoraram após a medicação, porém tenho que ficar em isolamento social até o dia indicado e, o pior os remédios que me receitaram para tomar – Azitromicina e Ivermectina não têm no Postão”. Ela informou que a filha dela compareceu na farmácia do Posto de Saúde Dr. Takashi Enokibara e a informação foi que os medicamentos estão em falta.
“É uma situação caótica o município não ter os remédios, imaginem quantas pessoas estão indo em busca desses produtos e não têm. Acabei comprando os remédios em uma farmácia na cidade e consegui um valor com desconto, mas mesmo assim ficou acima de R$ 100, e quem não pode pagar fica como”, questionou a leitora.
PREFEITURA EXPLICA
A reportagem levou o problema da falta de medicamentos a Diretoria de Comunicação da municipalidade que por sua vez enviou a seguinte resposta, segue na íntegra:
“Com a pandemia a procura por esses medicamentos cresceu absurdamente, pois a mídia no Brasil associou esses remédios ao tratamento de pessoas positivas para Covid-19, e até o momento, não existem medicamentos ou terapias aprovadas pelas autoridades médicas e sanitárias para prevenir ou tratar a Covid-19. As estratégias que os médicos dispõem buscam prevenir infecções e controlar o avanço e a gravidade da doença, incluindo o uso de oxigênio e ventilação mecânica quando indicados, ou seja, esses medicamentos são receitados para os casos suspeitos, a fim de conter o avanço da possível infecção viral.
Diante da pandemia, a Prefeitura de Dracena abriu processo licitatório para aquisição desses medicamentos, no entanto, os laboratórios farmacêuticos estão priorizando a venda para empresas (farmácias e hospitais particulares) que fazem o pagamento de até 50% do valor da compra a vista, antes da entrega do produto, e num processo de licitação pública o sistema de pagamento é após a entrega do remédio, em outras palavras, as prefeituras estão sendo preteridas e ficam em segundo plano.
Com a alta procura por esses medicamentos, todos os laboratórios pediram revisão de valores de todos os remédios que foram associados ao tratamento de Covid-19, mesmo que esses não tenham nenhuma comprovação de eficácia pelos órgãos reguladores e este foi mais um empecilho.
Outra questão é a quantidade de compra, prefeituras e governos compram em grandes quantidades, mas a oferta dos medicamentos está baixa, visto a alta demanda, sendo assim os laboratórios farmacêuticos atendem aos pedidos menores e pagos a vista feito pelos particulares.
O processo licitatório para a tentativa de compra desses medicamentos pela Prefeitura de Dracena está aberto e em andamento, mas o desinteresse das grandes empresas farmacêuticas pode resultar até em pregão deserto, mas o poder público municipal não medirá esforços para seguir tentando a compra desses remédios”.