O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, concedeu uma entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira para comentar temas diversos. E o mandatário falou pela primeira vez sobre as ameaças sofridas pelo elenco no desembarque no Aeroporto de Guarulhos após a derrota para o Fluminense, no Rio de Janeiro, pelo Campeonato Brasileiro.
Andrés chamou o protesto de “emboscada”, afirmou que os jogadores alvinegros estão assustados e contou que pediu para a saída ser feita pela pista, sem acesso aos torcedores, mas que as autoridades do aeroporto não permitiram.
“Primeiro que realmente é lamentável, até porque nós, historicamente, sempre atendemos os torcedores. No Corinthians, você sempre é cobrado. Agora, ser intimidado, ameaçado, isso não faz parte da torcida do Corinthians. Fazia anos que não acontecia isso. Foi uma emboscada”, declarou o presidente corintiano.
“A própria polícia, seguranças do aeroporto e do clube, falaram que tinham dez, doze pessoas, pedimos para sair pela pista, mas não permitiram. Saímos e, infelizmente, houve aquele absurdo, que não condiz com a torcida do Corinthians. Obviamente que os jogadores estão muito assustados e tristes, eu também. No dia seguinte ficar ameaçando jogador e familiares, é ridículo. Nas redes sociais não se sabe quem tá falando, isso é muito ruim. Os jogadores estão se recuperando”, acrescentou.
O mandatário alvinegro também lamentou o fato de o experiente goleiro Cássio ter sido um dos mais cobrados pelos torcedores no desembarque.
“Lamentável. É um dos mais respeitados aqui dentro, exemplar, espero que a gente se recupere o mais rápido possível. Confiamos no elenco. Estamos passando por dificuldades, mas esperamos que isso vire. Futebol é assim, vira de um dia para a noite. Depende de nós e dos atletas”, disse.
Andrés ainda comentou as cobranças em cima de jogadores que não foram relacionados para a partida e, portanto, não estavam com elenco no momento da confusão, como Luan e Danilo Avelar. O presidente garantiu que, por enquanto, nenhum atleta pediu para deixar o Timão.
“O Avelar nem estava no jogo, nem estava na delegação. Luan também não. Foi muito desagradável, até porque sempre abrimos as portas para atender. Ser cobrado é uma coisa, ser pressionado é outra coisa, mas ali foi intimidação. Nenhum jogador pediu nada, todos estão tristes, meio assustados, mas hoje já é um dia melhor. Não teve ninguém pedindo para ser negociado ou pedindo para sair do Corinthians”, explicou o mandatário, que também falou em cobrança “desproporcional”.
“O que eu vi e ouvi foi dedo na cara, xingamento e uma cobrança desproporcional. No Corinthians, sendo a favor ou contra, sempre atendemos quem pediu para falar. Nos sentimos muito incomodados pela intimidação que sofremos, esperava que nunca mais aconteceria isso no Corinthians. Ser cobrado é até bom, mas da maneira que foi… acredito que fora a invasão do CT, na época, fazia muito tempo que não havia uma intimidação dessa. Protesto tem que fazer, é democracia. Mas não achamos que foi no momento certo e nem da maneira correta”, completou.
(Gazeta Esportiva)