O iFood, aplicativo de entrega de comida, começou a alugar bicicletas elétricas para entregadores na cidade de São Paulo, além de mediar o aluguel de bicicletas públicas convencionais. A empresa também abriu um espaço de apoio para os ciclistas que trabalham para a plataforma.

A iniciativa, batizada de iFood Pedal, foi lançada pela empresa em parceria com a Tembici, empresa que opera as bicicletas públicas do Bike Itaú.

Para poder usar o espaço e as bicicletas, o entregador deve pagar R$ 9,90 por semana, além de R$ 2 a mais por dia se escolher um veículo elétrico.

No começo, apenas 20 bikes elétricas serão disponibilizadas, número baixo frente aos mais de 7.000 entregadores ciclistas na capital paulista. A ideia é expandir para 500 veículos até o fim do ano, número que pode ainda aumentar, diz a empresa.Essas bicicletas têm pedal assistido, ou seja, é mais fácil girar o pedal, mas não há acelerador, como o de motos. A velocidade máxima é de 25 km/h e a bateria tem autonomia de 60 km.

Em São Paulo, esses veículos são apenas para entregadores, mas no Rio a Tembici colocou bicicletas elétricas também para uso público, pelo Bike Rio.

Em SP, os entregadores podem usar as bicicletas elétricas duas vezes por dia por até quatro horas em cada aluguel; mas, entre uma retirada e outra, precisam esperar quatro horas.

A reportagem questionou se isso não estimularia uma jornada de 12h entre os entregadores, para que possam aproveitar ao máximo a bicicleta elétrica.

Roberto Gandolfo, vice-presidente de Logística do iFood, diz que, em média, os entregadores de bicicleta trabalham 60 horas por mês, ou seja, 15 horas por semana. “Um período de quatro horas [de uso] é o mais provável, é difícil que ele use duas vezes por dia”, afirma.

O iFood entrou no foco e foi alvo de protestos em massa neste ano, quando ciclistas e motociclistas que trabalham para a plataforma pararam avenidas e se manifestaram pedindo aumento nos ganhos e melhores condições de trabalho.

Pelo cálculo do iFood, as elétricas podem dobrar os ganhos dos entregadores, chegando a pelo menos R$ 360 semanais nessa média de horas.

Os entregadores que assinarem esse plano semanal também poderão usar as bicicletas convencionais das estações do Bike Sampa.

O espaço inaugurado pela empresa fica na rua Fradique Coutinho, 540, na zona oeste da cidade, ponto com grande concentração de pedidos, segundo a empresa.

No local, onde os ciclistas vão retirar e devolver as elétricas, eles receberão também capacete e bolsa, e terão banheiro, água, café, recarga para celular e lugar para fazerem refeições. Só poderão acessar esse lugar os que pagarem os R$ 9,90 semanais.

Pontos de apoio com banheiro, bebedouro e áreas para recarga, porém, devem estar disponíveis para todos os entregadores da cidade, conforme manda a Política Municipal de Ciclologística, de março deste ano. Gandolfo afirma que a empresa tem parceria com restaurantes para oferecer esses locais de suporte.