A Seguradora Líder estima pagar, em 2020, 229.646 indenizações decorrentes de acidentes de trânsito no Brasil. Na projeção feita pela entidade que administra o DPVAT, teremos, até o final do ano, 29.396 indenizações por mortes, 143.842 por invalidez permanente e 56.408 para pagamento de despesas médicas. O cenário não é nada promissor: o Brasil continua registrando uma média de mortes causadas por acidentes acima da meta firmada pela Década de Ação pela Segurança no Trânsito da Organização das Nações Unidas (ONU). “E esse quadro não deve mudar se o Congresso mantiver o veto ao caput do artigo 147 da nova Lei de Trânsito, que exclui a obrigatoriedade de exames para obtenção e renovação da CNH serem feitos por médicos e psicólogos especialistas em Tráfego”, afirma o coordenador da Mobilização Nacional dos Médicos e Psicólogos Especialistas em Medicina do Tráfego e diretor da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), Alysson Coimbra.

Além dos graves efeitos psicológicos no acidentado e em sua família, o aumento anual desse exército de inválidos tem um impacto na economia e na Previdência Social. “Sabemos que cada morte no trânsito custa aos cofres públicos, R$ 785 mil.

Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas), os acidentes consomem R$ 50 bilhões por ano dos cofres públicos, sem contar o impacto para a Previdência, com milhares de aposentadorias precoces por invalidez todos os anos. Os gastos incalculáveis representam o fator humano e a perda de força produtiva de trabalho de inúmeros jovens, a principal faixa etária envolvida em acidentes de trânsito”, considera o especialista.