Hoje, 20 de novembro, é comemorado o Dia da Consciência Negra. Neste ano, na capital paulista será um dia normal, porque, o feriado da Consciência Negra foi antecipado para o dia 21 de maio, em razão da pandemia do novo coronavírus
O Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi incluído no calendário escolar nacional em 2003 e, em 2011, instituído oficialmente pela lei federal 12.519. A regulamentação não transformou a data em feriado nacional e fica a critério de cada estado e cidade optar por ser feriado ou não.
Dos 5.570 municípios brasileiros, menos de 15% consideram a data como feriado, de acordo com levantamento elaborado pelo jornal O Estado de S. Paulo com base em dados da Secretaria Nacional de Políticas Promoção da Igualdade Racial, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. O dia, no entanto, é marcado por atividades culturais, debates e manifestações organizadas pelo movimento negro em diferentes regiões do país.
O 20 de novembro faz referência à morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, situado entre os estados nordestinos de Alagoas e Pernambuco. Considerado símbolo da luta pela liberdade e valorização do povo negro, Zumbi foi morto em 1695, na referida data, por bandeirantes.
Apesar de oficializada somente em 2011, a escolha da data em memória de Zumbi ocorreu na década de 1970 e partiu das conversas de quatro universitários gaúchos: Oliveira Silvera, Vilmar Nunes, Ilmo da Silva e Antônio Carlos Côrtes. Eles frequentavam rodas de conversa que questionavam a legitimidade do 13 de maio, data da abolição da escravatura, para o povo negro.
Para eles, a data não representava, de fato, a liberdade dos negros escravizados, pois depois da assinatura da Lei Áurea eles não receberam nenhum tipo de assistência do poder público para iniciar suas vidas de forma digna. Portanto, o 20 de novembro, em memória de Zumbi e sua luta histórica, era mais apropriado para o movimento negro brasileiro.
Por que Consciência Negra?
O Dia Nacional da Consciência Negra é também uma data para refletir sobre a situação da população negra no país até os dias de hoje, pois é o segmento populacional mais atingido pela violência policial e pelas desigualdades sociais e econômicas.
Consciência Negra era o nome de um movimento anti-apartheid que estava à frente de greves que fragilizaram a política segregacionista na África do Sul em 1973. O movimento era liderado por ativistas como Steve Biko, morto em 1972.
O Consciência Negra defendia a autoestima da população reprimida e adotou o lema “Black Is Beautiful”, do movimento negro dos Estados Unidos. O objetivo era, além de reforçar as características físicas das pessoas negras, fazer com que o negro olhasse para si mesmo como ser humano. (Com informações Alma Preta)