Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 2 milhões de crianças abaixo de cinco anos de idade morrem de pneumonia por ano. No Brasil, esse índice pode chegar a 11% das mortes em crianças com idade inferior a um ano e 13% na faixa etária de um a quatro anos.
Para falar sobre a importância da prevenção da doença e a criação de mecanismos para acabar com as mortes evitáveis por pneumonia infantil até 2030, a OMS instituiu o dia 12 de novembro como Dia Mundial da Pneumonia.
A pneumonia é uma infecção nos pulmões que pode ser causada por bactérias, vírus ou fungos, sendo que o Streptococcus pneumoniae, ou pneumococo, é o responsável por 60% dos casos de pneumonia. A intensidade da doença varia de leve a muito grave, dependendo do fator causador e das condições da criança. Vale destacar: a maior parte das pneumonias é leve e responde bem aos tratamentos, desde que diagnosticadas rapidamente, e não costumam deixar sequelas.
“As crianças apresentam febre, tosse e normalmente alguma dificuldade para respirar. O aumento da frequência respiratória ou sinais de esforço para respirar mostram que o pulmão pode estar comprometido e essa criança precisa de atendimento clínico imediato”, explica a Dra. Maria Helena Bussamra, pneumologista do Sabará Hospital Infantil.
No Sabará Hospital Infantil, especializado no atendimento em crianças e adolescentes até 18 anos, o índice de internação por pneumonia é bastante elevado. Nos dois últimos anos, os casos de pneumonia ficaram entre as quatro principais causas de internação em crianças com idade até 2,6 anos, perdendo apenas para asma, bronquite e diarreia.
Durante o ano de 2018 foram 526 internações e mais de 3 mil atendimentos no Pronto – Socorro. Em 2019, o número subiu para 616 internações e 3.275 crianças compareceram ao PS. Esse ano, devido à pandemia, o índice caiu. Foram 691 casos no PS com 182 internações entre janeiro e outubro.
Essa queda nos números em 2020 se deve ao fato das crianças estarem em quarentena, sem frequentar escolas ou outros ambientes. No entanto, com as variações de temperatura, os pais devem estar atentos aos sintomas e, mesmo na pandemia, não deixar de procurar um especialista quando for necessário. “O fato de as crianças estarem em casa, houve uma enorme redução nas doenças respiratórias. É importante dizer que uma criança que tem febre, tosse e dificuldade para respirar merece ser avaliada por um médico, seja na pandemia ou não”.
A Dra. Maria Helena também alerta que é necessário ter uma atenção especial com crianças acima dessa faixa etária. “Aquelas que são um pouco mais velhas podem demorar a apresentar os sinais clínicos de pneumonia; em alguns casos, dores abdominais. A partir dos quatro ou cinco anos, se apresentarem febre constante e sem nenhum outro sintoma, é válido pesquisar se existe um quadro de pneumonia”.
O Sabará Hospital Infantil, localizado na cidade de São Paulo, é referência no atendimento de crianças e adolescentes até 18 anos.