Na noite deste domingo (6), a Neo Química Arena, em São Paulo, foi o palco da grande final do Brasileiro de futebol feminino. As donas da casa chegaram à decisão com a melhor campanha do torneio, tendo 17 vitórias, dois empates e apenas uma derrota. Já as catarinenses ficaram na sexta posição na primeira fase e, somando as quartas e as semifinais, tinham dez vitórias, cinco empates e cinco derrotas. E, depois do 0 a 0 na partida ida em Florianópolis, quem vencesse o jogo seria campeão. O Avaí até que tentou no início do jogo com a marcação avançada e mais posse de bola. Mas a vitória acabou sendo mesmo do Timão e começou a ser construída logo aos 28 minutos da etapa inicial.
Gabi Nunes aproveitou a cobrança de escanteio de Diany e, muito bem posicionada na área, abriu o placar. Gol muito festejado pela jogadora que passou por três lesões seguidas no ligamento do joelho e, nesse ano, pegou covid-19. “Finalmente saiu esse primeiro gol no Brasileiro desse ano. Marca essa minha superação, que veio depois de muito trabalho e ajuda de um grupo muito grande de pessoas. Pensei até em desistir de jogar. Mas, graças a Deus, estou aqui hoje com esse grupo”, disse a emocionada Gabi Nunes. Logo na sequência, a goleira da seleção brasileira e do Avaí, Bárbara, salvou o time de Santa Catarina em duas oportunidades. Mas, no lance seguinte, aos 32 minutos, ela acabou saindo mal e ofereceu a oportunidade para a meio-campista Gabi Zanotti ampliar de cabeça.
Depois do intervalo, o Avaí/Kindermann chegou a ter esperanças de empatar o jogo. Logo aos seis minutos, a volante Zoio diminuiu. Catyellen cobrou falta pelo lado direito e ela subiu mais do que Poliana balançar as redes do Timão. Mas as esperanças do time do sul do Brasil duraram pouco. Apenas cinco minutos depois de sofrer o gol, o Corinthians conseguiu marcar outro. De novo com Gabi Zanotti. O gol saiu depois de uma boa jogada em velocidade pelo lado esquerdo. Tamires cruzou, Crivelari tentou e a goleira Bárbara acabou dando rebote na cabeça da número 10 do Timão. Depois, no intervalo de apenas um minuto, dois lances quase mudaram o rumo da decisão. Aos 32, a atacante Gabi Nunes do Corinthians recebeu nas costas da zaga, driblou Bárbara e fez. Só que a arbitragem marcou corretamente o impedimento. Aos 33, a artilheira Lelê do Avaí/Kindermann aproveitou a chance e fez o segundo gol. Oportunista, ela foi lançada de forma primorosa pela Bruna, invadiu a área e finalizou com perfeição.
Esses lances até poderiam ter mudado o rumo da final do Brasileiro. Mas logo depois, aos 36, veio o quarto gol do Corinthians. Vic Albuquerque recebeu a assistência muito boa da Diany e, depois de invadir a área, finalizou com precisão.
Aos 41, outro gol anulado do Corinthians. Zanotti achou Portilho, que driblou a adversária e fez um belo gol. Mas o árbitro assinalou o impedimento.
Depois foi só festa de um justo campeão que foi melhor desde o início do torneio e passou por todas as fases com muita superioridade. A taça desse ano é a segunda do Campeonato Brasileiro que vai ser colocada na galeria do Timão. “É um momento muito especial. Prêmio individual para coroar um trabalho de todo um grupo enorme. Trabalhamos demais para chegar até aqui. Ano passado, a final contra a Ferroviária ficou entalada. Agora é só festejar”, disse a Zanotti, escolhida melhor atleta da final, que, com esse título, se sagrou tricampeão nacional.
(Juliano Justo – Repórter da TV Brasil e da Rádio Nacional – Agência Brasil)