A técnica Pia Sundhage reconhece que a prioridade é a preparação da seleção de futebol feminino para a Olimpíada de Tóquio (Japão), em 2021. Desde que assumiu o Brasil, em julho do ano passado, porém, a técnica vem observando jogadoras que podem até não ir à capital japonesa no ano que vem, mas serão peças importantes no futuro, pensando na Copa do Mundo de 2023 e nos Jogos Olímpicos de Paris (França), em 2024.
“O foco é estarmos preparadas para Tóquio. Quero encontrar um time competitivo, o que significa que temos que dar chances às atletas de chegarem lá. Mas acho que o momento mais importante para o Brasil será depois da Olimpíada. Temos muitas jogadoras jovens e excelentes. Não sei se estarão prontas para a Olimpíada, mas certamente estarão para a Copa”, afirmou Pia, em entrevista coletiva na terça-feira (1), após a goleada por 8 a 0 aplicada sobre o Equador, em amistoso disputado em São Paulo.
Das 25 jogadoras à disposição para os jogos com as equatorianas, oito viveram a expectativa de estrear na seleção nos amistosos. As meias Valéria, Ana Vitória, Duda e Julia Bianchi e as atacantes Nycole e Giovana Queiroz foram utilizadas nas partidas. Apenas a zagueira Camila e a atacante Jaqueline não foram aproveitadas. A média de idade das oito novatas não chega a 21 anos.
Desde que iniciou o trabalho no Brasil, Pia chamou 66 jogadoras diferentes, sendo 19 convocadas pela primeira vez à seleção principal. Após o jogo de terça, a treinadora chegou a 50 atletas utilizadas em 13 partidas. Delas, 13 estrearam com a amarelinha justamente com a sueca. É como se Pia promovesse, em média, uma estreia a cada compromisso da equipe.
A média de idade das novatas da “era Pia” é pouco mais de 22 anos. As mais velhas a estrearem na seleção com a técnica sueca foram a lateral Giovanna Oliveira (28 anos) e zagueira Antônia (26). A mais jovem foi Giovana Queiroz, que encarou o Equador com apenas 17 anos e seis meses. A goleira Natascha (23 anos), as laterais Isabella (20) e Bruna Calderan (24) e a meia Victoria Albuquerque (22) estão entre as atletas que vestiram a camisa amarela pela primeira vez nesta passagem da treinadora.
Já em termos de jogos com Pia, a técnica tem, de fato, priorizado as mais experientes, buscando a formação ideal para a Olimpíada, onde só poderá levar 18 jogadoras. Nenhuma das estreantes aparece entre as dez que mais minutos jogaram sob comando da treinadora – a estatística é liderada pela volante Luana, seguida pela lateral Tamires e a atacante Debinha. Entre as que vestiram a amarelinha pela primeira vez com a sueca, Antônia e Victória Albuquerque são as que mais atuaram: três vezes cada.
Uma equipe com 11 das jogadoras mais aproveitadas por Pia em um ano e cinco meses de trabalho poderia ter: Bárbara (nove jogos); Luana (13), Erika (nove), Daiane (cinco) e Tamires (11); Formiga (11), Andressinha (nove) e Marta (sete); Andressa Alves (nove), Debinha (13) e Bia Zaneratto (10). A média de idade desse time “hipotético” beira os 30 anos. Uma nova geração, porém, vai sendo aprontada para o futuro da seleção.