Todos os anos, a Campanha da Fraternidade é proposta como um gesto concreto para se viver, com intensidade, o tempo forte da Quaresma, no qual nós, cristãos, somos chamados, de modo especial, à conversão. Faz parte da dinâmica da Igreja do Brasil, como uma resposta aos desafios atuais da Igreja e da sociedade, pois a nossa fé não pode ser compreendida, de modo algum, desvinculada da realidade, mas, a partir da mesma, responder aos desafios e obstáculos, com criatividade e responsabilidade, numa atitude de diálogo, respeito e cuidado para com o outro.
Algumas vezes a Campanha da Fraternidade tem sido Ecumênica como aconteceu nos anos 2000, 2005, 2010 e 2016. Foram 4 Campanhas da Fraternidade Ecumênicas em que cristãos, de outras denominações, juntaram-se a nós, católicos, na realização das mesmas. Cada uma delas sinaliza que o diálogo é nosso maior testemunho e a fé em Cristo é nossa paz e anima-nos a caminhar em unidade na diversidade. A Boa nova do Evangelho nos une e acolhe nossas diferentes experiências de testemunho cristão.
Este ano, o tema da Campanha é Fraternidade é “Diálogo: compromisso de amor”. A inspiração bíblica que ilumina nossa ação está em Ef 2,14: “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade”. A importância dessa confissão de fé faz-se muito significativa em tempos incertos nos quais vivemos marcados, fortemente, por conflitos, violência, racismo, xenofobia e tantas outras práticas odiosas.
Refletimos sobre possibilidades para dialogar e construir pontes de amor e paz, ao invés de muros do ódio, e queremos ser sinais da nova humanidade nascida em Cristo, presente no meio de nós, pois, iluminados pela Palavra, sabemos que somos irmãos e chamados a viver em plena comunhão em Cristo. As comunidades de fé e as pessoas de boa vontade são convidadas a pensar, avaliar e identificar caminhos para superar as polarizações e violências, através do diálogo amoroso e pelo testemunho da unidade na diversidade. Somos convidados a promover a cultura do amor, do diálogo e do respeito às pessoas, às diversidades e o cuidado com a casa comum, superar as desigualdades, denunciar a instrumentalização da fé em nome de Jesus, fortalecer o diálogo e a convivência fraterna ecumênica e inter-religiosa.
A falta de cuidado e diálogo nos indicam, em sua ausência, justamente o ponto de fragilidade que devemos trabalhar em nosso testemunho cristão, com atenção e carinho, pois faz parte do nosso compromisso batismal a nossa participação e contribuição em unidade na diversidade humana.
O Papa Francisco, em seus ensinamentos durante todo o seu pontificado, encoraja-nos nessas dimensões, seja em seus documentos, seja nas homilias e discursos nessa direção. Aproveitemos esse tempo forte de conversão para avaliarmos nossa vida e assumirmos essa dinâmica de conversão, através do convite que a Palavra nos faz, para sermos instrumentos e sinais do Reino de Deus, aqui e agora. Que o Senhor seja nossa Paz, fortaleza e ânimo sempre. Amém.
Missa da Quarta-Feira de Cinzas – 17 de fevereiro:
Horários: 7h/15h/19h30
Local: Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Igreja Matriz
Frei Emerson Aparecido Rodrigues, OFMCap.
Paróquia N. S.ª Aparecida – Dracena