As micro e pequenas empresas (MPE) foram, em 2020, as únicas a conseguirem reverter a perda de postos de trabalho provocada pela pandemia. Depois de acumular um saldo negativo, até o mês de outubro, os pequenos negócios se recuperaram e fecharam o ano com a geração de 293,2 mil novos empregos. Já as médias e grandes empresas (MGE) foram na contramão, extinguindo 193,6 mil postos de trabalho. No cálculo geral, as pequenas empresas foram as grandes responsáveis pelo saldo final de 142,7 mil empregos gerados no país durante o ano, evitando que o drama do desemprego atingisse um número ainda maior de trabalhadores brasileiros. A avaliação é resultado de um estudo do Sebrae feito a partir de dados consolidados pelo Ministério da Economia.

O saldo positivo de empregos gerados pelos pequenos negócios, no acumulado dos meses de julho a dezembro de 2020 (pouco mais de 1 milhão de empregos), possibilitaram a reversão do saldo negativo registrado no período mais crítico da crise econômica, situada entre março e junho.

Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, o resultado já era esperado. “Nós já verificamos, em outros anos, que os pequenos negócios são os que reagem mais rapidamente a uma situação de crise, retomando a geração de novos postos de trabalho. Por esse motivo, temos negociado com o governo federal e com o Congresso, buscando soluções que permitam a manutenção do socorro a esses empreendedores no momento em que a pandemia ainda não acabou e o nível de faturamento continua abaixo do registrado antes de março do ano passado”, comenta Melles. “Continuamos em busca de uma solução para o problema do crédito – com a aprovação do projeto de Lei que torna o Pronampe uma medida permanente –  e estamos negociando pela extensão de medidas voltadas a manutenção do emprego”, acrescenta o presidente do Sebrae.

Dezembro

No mês de dezembro, as MPE, pela sexta vez consecutiva, puxaram a geração de empregos no país, tendo sido responsáveis pela criação de 22.731 postos de trabalho. Importante destacar que os pequenos negócios foram os únicos a gerar empregos nesse último mês do ano, uma vez que as médias e grandes empresas (MGE) mais demitiram do que contrataram, registrando saldo negativo de 69 mil empregos. Apesar do desempenho das micro e pequenas empresas, o saldo total do último mês do ano acabou sendo negativo com a perda de 67,9 mil empregos.

Em dezembro de 2020, foram as MPE do Comércio que puxaram a geração de postos de trabalho, criando cerca de 48 mil novos empregos; seguidas pelos pequenos negócios do setor de Serviços, com a geração de 16,4 mil vagas. Nos demais setores de atividade, as MPE registraram perdas. No caso das médias e grandes, os saldos foram negativos em todos os segmentos, no último mês do ano.

Segmentos de atividade

Apesar dos bons resultados das MPE do Comércio, em dezembro, foram os pequenos negócios da Construção Civil que fecharam 2020 com o maior saldo de empregos gerados: 136,5 mil empregos, 46,6% do total de empregos gerados por todas as MPE no ano. A Construção foi acompanhada pelas MPE do setor de Serviços, responsáveis pela criação de quase 51 mil vagas, no ano passado. Já as micro e pequenas empresas da Indústria de Transformação também fecharam 2020 com saldo positivo de empregos: 44,5 mil postos.

Em todos os setores, as MPE criaram novos postos de trabalho em 2020, diferentemente das MGE que só registraram saldo positivo de empregos na Indústria de Transformação (13 mil vagas).

Empregos nos estados

O estado de Roraima destacou-se como primeiro no ranking de saldo de empregos gerados por 1.000 empregos existentes no estado, tanto em dezembro quanto no acumulado de 2020, com a proporção de 9,13 empregos por 1.000 empregados e 107,5 empregados por 1.000 empregos no estado, respectivamente.

Na segunda posição no ranking de dezembro aparece o estado da Paraíba, com um saldo de 7,25 empregos por 1.000 empregados. Considerando o acumulado do ano, o segundo lugar do ranking ficou com o estado do Pará, com 79,01 empregos por 1.000 empregados.