Nascida em 13 de março de 1951, na antiga Maternidade São Paulo, na Capital Paulista, Mariza era filha de Gildo Cortezi, militar aposentado da Guarda Civil do Estado de São Paulo, ex-combatente da Revolução de 1932 e pracinha da FEB entre 1944 e 1945, na Itália. Sua mãe, Olga Marco Antônio Cortezi, era professora e atuava no ensino infantil da rede pública paulista.
Mariza fez seus estudos ginasial no Colégio Emilie de Villeneuve, em São Paulo, e o colegial no Colégio São Bento de Araraquara.
Após graduar-se em Jornalismo em 1974, pela PUC de Campinas, permaneceu nesta cidade e trabalhou em locais como Jornal Diário do Povo (redatora do departamento feminino), Jornal de Domingo (redatora, colunista, diagramadora e editora), Agência de Turismo Caprioli (guia de turismo rodoviário).
De volta à São Paulo, atuou no Novo Grupo Editora Técnica (redatora das revistas Construção Pesada e Energia Elétrica), Diário da Noite (redatora do suplemento de turismo), Editora Abril (redatora da revista Nova) e Jornal Cruzeiro do Sul (repórter do caderno de turismo), de Sorocaba.
Esteve na Itália e na Alemanha, em setembro de 1975, a convite do Governo da República Federal da Alemanha, através do Centro de Turismo Alemão.
E, em 1981, passou os 5 primeiros meses do ano em intercâmbio na cidade de Bournemouth, na Inglaterra, a fim de aperfeiçoar o idioma.
Casou-se em 11 de julho de 1981, na cidade de Piracicaba, com Mario Leite Buccironi. Tiveram dois filhos: Cristina, nascida em outubro de 1982 e Guilherme, nascido em novembro de 1985, ambos em São Paulo.
Em maio de 1986 mudaram-se para Andradina, onde Mario estabeleceu-se como Sócio Proprietário de uma Concessionária Fiat. Mariza encantou-se com a tranquilidade e as facilidades da vida no interior, que experimentara pela primeira vez. Apesar do curto tempo em que ficaram por lá (3 anos), o casal fez boas amizades, muitas das quais ainda perduram até os dias de hoje.
Em novembro de 1989, a família chegou em Dracena, onde também foram rapidamente bem acolhidos pela comunidade. No começo dos anos 1990 ingressaram no Rotary Club Dracena Imperial.
Em 1994, Mario assumiu a presidência do Rotary Club e Mariza ficou à frente da Casa da Amizade. Começava ali a longa trajetória de voluntariado e tantos projetos desenvolvidos em Dracena.
Ao longo de uma década como integrante da Casa da Amizade, Mariza ajudou a idealizar vários eventos e campanhas beneficentes em prol de entidades assistenciais, tais como jantares dançantes temáticos, chás com sorteio de prendas para mulheres, visitas à Santa Casa para oferecer chá e bolacha aos pacientes, dentre outros.
Em meados de 1997, após participar de uma palestra com o coordenador dos grupos de voluntários ligados ao Hospital Amaral Carvalho de Jaú, Eduardo Nadalet, Mariza começa a se interessar sobre o assunto e, junto de outras voluntárias, em 28 de setembro daquele ano, fundou a Avapac (Associação de Voluntários de Apoio ao Paciente de Câncer).
Foi a primeira presidente da entidade, cargo esse que assumiu por outras vezes ao longo dos mais de 25 anos de serviços prestados. Promoveu e idealizou diversas campanhas e eventos para arrecadação de fundos para custeio com as despesas dos pacientes assistidos, dentre elas destacamos o Torra-torra, leilão de gado, Show de Prêmios, macarronadas, churrascos, Bazar do Bem e a tradicional Bacalhoada, todos sempre com sucesso de público.
Ainda implantou na entidade atividades internas para fortalecimento de vínculos, como o Coral das pacientes que passaram por tratamento de câncer de mama, e grupos de artesanato (bordados, pinturas, crochê) e de cozinheiras (doces e salgados), para as voluntárias, onde as peças e os produtos são vendidos à comunidade e a renda é revertida para custeio de despesas.
Participou de diversos eventos ligados à área de saúde e câncer não só em Dracena, mas em importantes cidades como São Paulo, Brasília, Jaú, Barretos, Presidente Prudente, Águas de Lindóia, dentre outras.
Ministrou ainda algumas palestras em faculdades, clubes de serviço e colégios de ensino médio na região para falar sobre sua profissão de jornalista e de seu trabalho de voluntariado.
Além da Avapac e Casa da Amizade, foi presidente da APMIAD (Creche da Nadir), entre 1997 e 1998, integrou a Associação de Pais e Mestres da E.E. Eng. Isac Pereira Garcez (2000-01), e foi membro do conselho da ACE – Associação Comercial e Empresarial de Dracena, em 2000. Foi ainda candidata a vice-prefeita, em 2008, junto com Rubão Arruda.
Em 2019, empenhou-se em reerguer uma Associação que a sensibilizou muito quando soube detalhes do histórico de seus pacientes, a dos renais crônicos. Nascia então a Adrim – Associação de Apoio aos Renais Crônicos de Dracena. Para poder contribuir efetivamente com a reativação, estabeleceu a Entidade no mesmo prédio da Avapac.
Era carinhosamente chamada pelas demais voluntárias de ‘pit bull’, pois fazia questão de conduzir a entidade de uma forma firme e decidida, porém com muita atenção, honestidade e lealdade aos princípios éticos que sua posição exigia. Por esses motivos, muito mais do que colegas de trabalho ou de voluntariado, formou grandes amizades por onde passou.
Recebeu ainda diversas homenagens pelos relevantes serviços prestados, dentre eles destacam-se o título Paul Harris, a mais importante comenda do Rotary Internacional, além de diplomas de honra ao mérito e de destaque do ano de entidades como OAB, Lions Club, Fundec, Faculdades Reges, Prefeitura e Câmara Municipal de Dracena. Em 2015, na comemoração dos 100 anos de existência da Fundação Amaral Carvalho, em Jaú, foi-lhe concedida uma Menção Honrosa de voluntária destaque do ano.
No campo profissional, Mariza foi sócia-proprietária da agência de turismo WER, no começo dos anos 1990, e jornalista e redatora-chefe do Jornal Regional de Dracena (1997-2008), empresa essa que, através do seu proprietário Edir Gonçalves, recebeu apoio incondicional quando a Avapac estava iniciando suas atividades e por vezes precisava se ausentar da redação para tratar de assuntos da entidade.
No Jornal Regional, usando sempre as páginas do ‘Caderno 2’, aos domingos, fez relevantes reportagens contando a história de quem são as pessoas que dão nomes às escolas de Dracena e também quem foram os pioneiros da cidade homenageados em nossas ruas e avenidas. Produziu ainda matérias com antigos profissionais de ofícios que estavam praticamente extintos, como os alfaiates, os charreteiros e os barbeiros. Assinou ainda muitas outras matérias e reportagens históricas, que fez questão de guardar cada uma delas em uma pomposa mala em sua casa.
Antes de conseguir a almejada aposentadoria em 2011, trabalhou ainda no Jornal Universitário das Faculdades Adamantinenses Integradas – FAI, em Adamantina, por dois anos (2009-10).
Participou ativamente das comunidades católicas do Santuário de Nossa Senhora de Fátima e da Matriz de Nossa Senhora Aparecida, como ministra da eucaristia e da liturgia.
Mariza faleceu por complicações da covid-19 às 2h do dia 30 de janeiro deste ano, após 30 dias de testar positivo para coronavírus, sendo 20 deles de internação na UTI da Santa Casa de Dracena. Dizia sempre que tinha três grandes amores na vida: sua família (os cachorros inclusos), sua casa, e Dracena, cidade que a acolheu tão bem e foi muito feliz por aqui.
Além do esposo e dos filhos, deixou a neta Marina, de 1 ano, o genro Eder e a nora Amélia. Cristina mora com a família em Ribeirão Preto, é formada em psicologia e trabalha no setor de RH de uma empresa de tecnologia, enquanto Mario, aposentado, Guilherme, formado em administração e funcionário público municipal, e Amélia, residem em Dracena.
Mais do que a sua família, ela deixa uma legião de amigos e admiradores em Dracena e região, e um legado que ficará para sempre na história da cidade como um exemplo de carinho e amor ao próximo através do voluntariado.