Quatorze por nove. Dois números e um alerta que podem indicar hipertensão arterial. Mais conhecida como “pressão alta”, a doença crônica atinge mais de 38 milhões de pessoas no Brasil. É também um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de outras doenças, como cardiovasculares e renais. No Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, lembrado nesta segunda-feira (26/04), o Ministério da Saúde reforça os cuidados para os pacientes e a ideia de que a adoção de hábitos saudáveis é a chave para salvar vidas.
O diagnóstico deve ser baseado em duas aferições de pressão arterial por consulta em pelo menos duas idas ao médico. É uma condição de muitos fatores que geralmente não está associada a sintomas, mas sim pela elevação contínua da pressão. Indivíduos considerados hipertensos apresentam pressão igual ou maior que 14 por 9. Essa medição pode ser feita em qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS) do Brasil – o Sistema Único de Saúde (SUS) é referência no atendimento para pacientes com doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como é o caso da hipertensão, conforme revelou a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019.
O SUS também oferece, de graça, tratamento, acompanhamento e medicamentos para controle da doença: em 2019, foram realizadas mais de 28 milhões de consultas na Atenção Primária e registradas 52 mil internações relacionadas à hipertensão.
Para reforçar esse cuidado na Atenção Primária, que é a porta de entrada do SUS, o Ministério da Saúde já investiu mais de R$ 221 milhões para aumentar o atendimento às pessoas com doenças crônicas não transmissíveis durante a pandemia da Covid-19 e lançou a “Linha de Cuidado do Adulto com Hipertensão Arterial Sistêmica”, com o objetivo de orientar o serviço de saúde para centrar o cuidado no paciente e em suas necessidades. Além disso, o Brasil aderiu, em março, à estratégia internacional HEARTS, que volta suas atenções para a saúde cardiovascular na Atenção Primária.
ESTILO DE VIDA
Obesidade, histórico familiar, estresse e envelhecimento estão associados ao desenvolvimento da hipertensão. Por isso, a mudança de hábitos cotidianos é o melhor remédio. Um deles passa pela alimentação, como reduzir a quantidade de sal nos alimentos e consumir diariamente frutas, legumes e hortaliças, eliminando do cardápio alimentos chamados de ultraprocessados, como embutidos, por exemplo. Não fumar e beber com moderação são outras iniciativas.
Por meio do Guia Alimentar para a População Brasileira e do Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos, elaborados pelo Ministério da Saúde, as pessoas podem se informar, de maneira simples e descomplicada, sobre recomendações de hábitos de alimentação saudáveis.
Se movimentar é mais uma ação preventiva. Programas como Saúde na Escola e Academia da Saúde são outras ações do governo federal que estimulam a prevenção e promoção da saúde em todas as idades.
DADOS
O número de óbitos por hipertensão arterial vem crescendo a cada ano no Brasil. Em 2015, foram registradas 47.288 mortes. Em 2019, o número saltou para 53.022, segundo o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. De acordo com o Vigitel Brasil 2019, a frequência de diagnóstico médico de hipertensão foi de 24,5% entre as 27 capitais brasileiras. A doença é mais prevalente em mulheres (27,3%) do que em homens (21,2%).
Divulgada em novembro do ano passado, a PNS 2019, feita pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde, mostrou que 24% dos indivíduos alegaram diagnóstico de hipertensão em 2019, sendo essa a mais frequente entre as doenças crônicas. Desses, 72,2% afirmaram ter recebido assistência médica para hipertensão há menos de um ano no país e 66,4% haviam realizado sua última consulta no SUS. Os postos de saúde foram as unidades mais citadas (46,6%) pelos pacientes na procura por consultas.
(Marina Pagno/Ministério da Saúde)