Por Tony Ribeiro / Agência Brasil
Como não podem ser desperdiçadas, são aplicadas em pessoas que moram próximas às unidades de saúde, perto do horário do encerramento diário da vacinação. Cada imunizante tem um tempo determinado de validade após a abertura dos vidros. A da Pfizer pode ser conservada por até seis horas, a Coronavac por até oito e a da Oxford/AstraZeneza, por 48 horas.
O sistema está dando certo nos municípios que normalmente têm doses remanescentes. Paulo Baseggio, de 63 anos, é mestre de obras na cidade de São Paulo, conta como ficou sabendo da existência da xepa da vacina. “Eu vi anunciar, pela televisão, quando sobra alguma vacina no posto eles ligam pra pessoa que está credenciada naquele posto na faixa aproximada”, diz.
O Ministério da Saúde recomenda que, ao final do expediente dos postos de vacinação, as doses sejam disponibilizadas às pessoas dos grupos prioritários. É o caso da bancária Ellayne Azevedo, de Belo Horizonte. Ela foi vacinar por ter uma comorbidade, mas quando chegou ao posto o horário de distribuição das senhas já tinha encerrado. “Foi quando ela falou: você pode até esperar, não é garantido que você seja vacinada. Agora, se por ventura sobrar dose, aí você é a próxima da fila”, relata.
A Ellayne decidiu esperar e conseguiu receber a primeira dose. O mestre de obras Paulo Baseggio, que conheceu o sistema pela TV, disse que agora se sente seguro, pois já tomou a segunda dose: “É um alívio, a gente não tem 100% de certeza, mas é um bom alívio. Você sente mais liberdade”.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo são aplicadas, por dia, cerca de duas mil doses remanescentes. E alerta que para saber como funciona a xepa da vacina em sua cidade, é só procurar a secretaria de Saúde local.