Mesmo com a boa expectativa de preços do setor sucroenergético, a safra de cana-de-açúcar no estado de São Paulo deve apresentar redução em seu volume final, se comparada à temporada anterior. A produção paulista está estimada em 298,7 milhões de toneladas, o que significa uma redução de 15,7% em relação ao volume colhido na safra passada. A área destinada à produção deverá sofrer decréscimo de 7,9%, ficando em cerca de 4 milhões de hectares. Já a produtividade média esperada está próxima a 72,9 mil quilos por hectare. Os dados são do 2° Levantamento da Safra 2021/22 de Cana-de-Açúcar, publicado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
As condições climáticas têm sido fator preponderante para as avaliações da safra de cana-de-açúcar nesta temporada. Desde o início do ciclo, observa-se níveis pluviométricos abaixo do esperado em períodos importantes para o desenvolvimento da cultura, associado à irregularidade na distribuição das chuvas e às recentes incidências de geadas, que impactam no potencial produtivo das plantas.
Quanto à destinação do vegetal colhido nas unidades de produção, o indicativo é de maior direcionamento para a fabricação de açúcar (cerca de 56% do volume total de cana-de-açúcar para geração do adoçante e 44% para produção de etanol), objetivando honrar os contratos de exportação previamente acordados, além da possibilidade de aproveitamento dos preços atrativos do adoçante internacionalmente em virtude da baixa oferta global do produto.
Quanto à área cultivada, no geral a redução foi causada pela substituição do produto por graníferas, como soja e milho. São Paulo foi o estado que apresentou a maior redução neste quesito. Contudo, continua sendo o maior produtor de etanol no Brasil e também o maior consumidor do produto. (Conab).