LETÍCIA PINHEIRO
DA REDAÇÃO
“Da porteira pra dentro você tenta baixar os custos o máximo possível já que da porteira pra fora, você não controla”, explica o produtor de leite Rodrigo Bortoloti Pinheiro.
Foi pensando assim que, antes da Pandemia e da crise econômica, o jovem produtor rural implantou o sistema de irrigação na propriedade rural em que desenvolve a pecuária leiteira. Adotar o sistema rotacionado permitiu a produção de leite continuasse neste ano marcado por tantos desafios e dissabores para o homem do campo na região, com a ocorrência de três geadas e um longo e severo período de estiagem.
Em muitas noites frias, Rodrigo voltava à noite e durante a madrugada para a propriedade para mudar a irrigação, fazendo o rodízio nas pastagens, sacrifícios que só o homem do campo conhece e quem passa pela estrada e vê tudo verdinho e o gado engordando não imagina. Já os horários da ordenha continuavam os mesmos, a lida começa às 5h40.
Agora, com a mudança de estação e proximidade do Verão, quando se fala na melhora das condições climáticas e na alteração do preço do leite, ele pontua que os custos de produção continuam altos para o homem do campo. “Os custos de ração (soja, milho) e fertilizantes estão elevados. A irrigação ajuda a ter pastagem para o gado e diminui a quantidade de silagem para compra”, esclarece.
Como na famosa fábula “A Cigarra e a Formiga” em que a formiga trabalhava no verão para garantir o sustento no inverno enquanto a cigarra cantava, Rodrigo conta que é neste momento o planejamento e o ritmo de trabalho se intensificam. “Agora, no verão, vamos preparar a comida, a silagem para o inverno do ano que vem, com plantio de sorgo, cana-de-açúcar e BRS capiaçu”, revela.
O trabalho intenso, a adoção do sistema rotacionado, a correção e adubação do solo, a silagem e as orientações técnicas têm sido o roteiro para a produção diária de 320 litros de leite.