DA REDAÇÃO
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) recebeu a informação sobre a liberação das exportações de carne bovina para a China. Com isso, a certificação e o embarque da proteína animal para a China serão normalizados e podem ser retomados a partir de hoje.
Os embarques para o país asiático estavam suspensos desde o dia 4 de setembro, quando o Brasil identificou e comunicou dois casos atípicos da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), registrados em Nova Canaã do Norte (MT) e em Belo Horizonte (MG).
A suspensão foi feita pelo Brasil em respeito ao protocolo firmado entre os dois países, que determina esse curso de ação no caso de EEB, mesmo que de forma atípica. O que significa que esses animais desenvolveram a doença de maneira espontânea e esporádica, não estando relacionada à ingestão de alimentos contaminados e que não há transmissão da doença entre os animais.
A OIE, que é a organização internacional que acompanha a saúde animal, analisou as informações prestadas em decorrência dos dois casos de EEB atípica e reafirmou o status brasileiro de “risco insignificante” para a enfermidade.
Segundo o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Orlando Leite Ribeiro, o Brasil forneceu todas as informações solicitadas pelas autoridades chinesas. “Eles ficaram satisfeitos com o nível de informações fornecidas pelo Mapa. Nossa equipe aqui teve contato com as autoridades chinesas quase que diariamente. Quando as informações técnicas satisfizeram as autoridades chinesas, eles reabriram o mercado”, explicou.
Em novembro, a China já havia liberado alguns lotes de carne bovina brasileira que receberam a certificação sanitária nacional até o dia 3 de setembro de 2021.
Nota Conjunta MAPA-MRE sobre a Retomada das Exportações Brasileiras de Carne Bovina para a China
O governo brasileiro recebeu com satisfação a notícia de que a Administração-Geral de Aduanas da China (GACC) finalizou a avaliação dos dois casos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) atípica ocorridos no Brasil em setembro deste ano e autorizou, a partir de hoje, a retomada das exportações brasileiras de carne bovina àquele mercado.
O resultado positivo ora alcançado é fruto da estreita coordenação entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, tanto em Brasília quanto em Pequim. É decorrência, também, do fluido diálogo que se manteve com as autoridades chinesas desde o primeiro momento. O MAPA imediatamente prestou à GACC todas as informações pertinentes sobre suspeita de dois casos de EEB, antes mesmo de suas confirmações pelo laboratório internacional de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Alberta, no Canadá.
Assim que confirmadas as duas ocorrências, que se verificaram atípicas, a Organização Mundial de Saúde Animal foi formalmente notificada, em 3 de setembro. Após análise dos elementos pertinentes e confirmação da atipicidade, aquela Organização encerrou o caso no mesmo dia, sem alteração do status sanitário do Brasil, que segue como de risco insignificante para EEB.
Mesmo assim, as exportações foram suspensas temporariamente, em estrito cumprimento a protocolo bilateral vigente.
A decisão das autoridades chinesas confirma a excelência dos controles sanitários oficiais brasileiros.
A China é o principal destino das carnes exportadas pelo Brasil. Em 2020, o Brasil exportou US$ 4,04 bilhões de carne bovina para aquele país, 48% do total de nossas vendas globais. Mesmo com a suspensão desde setembro, as exportações brasileiras de carne bovina para China já totalizaram, em 2021, US$ 3,87 bilhões, 46% das vendas globais do produto.