Por que alimentar poedeiras com duas dietas diferentes ao dia? Entenda como a formação do ovo altera exigências nutricionais

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Da Redação

Nutricionista da Trouw Nutrition explica como o fornecimento de nutrientes específicos ao longo do dia reduz os custos de produção e melhora a qualidade de casca dos ovos.

“Se as necessidades fisiológicas das aves são diferentes ao longo do dia, por que oferecer a mesma dieta? Planejar estrategicamente o fornecimento nutricional pode reduzir os custos de produção em até U$6,00/ton de ração e aumentar a produtividade. Isso porque a ave absorverá de forma eficaz os nutrientes que condizem com suas necessidades, evitando assim o desperdício”. Este é o alerta de Otávio Rech, nutricionista de Aves LATAM da Trouw Nutrition. O conceito sobre o qual o especialista se refere é conhecido como Split Feeding.

Para atender às exigências nutricionais das aves de postura, o nutricionista destaca que é preciso conhecer os diferentes estágios da produção. “As galinhas põem mais de 90% de seus ovos durante a manhã e, 30 minutos após a oviposição, começa a próxima ovulação. A clara é formada durante as primeiras 4 horas. Depois de formar membranas de casca, tem início a formação da casca do ovo que requer deposição de cálcio por aproximadamente 20 horas. Logo, o intervalo entre as oviposições é de aproximadamente 24 horas”, explica Rech.

O especialista da Trouw Nutrition reforça que no período matinal os requisitos nutricionais são de mais energia, proteína e fósforo, enquanto na parte da tarde a demanda por cálcio é maior. “Ao fornecer o mesmo alimento, o avicultor não consegue suprir as exigências energéticas da manhã e ainda provoca aumento de consumo de energia ao fim do dia, devido à necessidade de atender à demanda de cálcio. Da mesma forma, é possível observar consumo deficiente de proteína pela manhã e excessivo no período da tarde”.

Segundo Otávio Rech, é possível atingir o objetivo de produção oferecendo uma única dieta, mas as aves tentam de forma ineficaz selecionar os nutrientes levando em consideração o estágio de formação do ovo. Logo, oferecer apenas um tipo de dieta resulta em excesso ou deficiência de nutrientes e, consequente, eficácia inferior no processo produtivo.

“Quando o Split Feeding é implantado na granja, os custos de produção caem, pois os nutrientes passam a estar presentes na hora e função adequadas, de forma mais precisa. Isso se reflete em melhoria da qualidade da casca, maior persistência e menor mortalidade, com aumento geral da produção de ovos vendáveis por ave alojada. Consequentemente, a técnica também contribui com o meio ambiente, já que menos nutrientes são excretados pelas fezes com menores índices de emissões de CO2”, pontua Otávio.

O programa de Split Feeding foi estudado e desenvolvido pela Trouw Nutrition, usando duas dietas que têm como base nutrientes necessários para a formação do ovo. A dieta matinal representa 40% do total diário e inclui proteína balanceada, mais energia e fósforo. Os 60% restantes contêm maior teor de cálcio, mas menor nível de energia, proteína e fósforo, já que o foco aqui é a formação da casca.

“Não podemos nos esquecer que apenas o nutricionista pode indicar corretamente a melhor dieta para cada granja, pois há outros fatores envolvidos na produção comercial de ovos, como o comportamento e a fisiologia das aves. Também é preciso considerar as diferentes técnicas de processamento de matérias-primas que afetam a biodisponibilidade de determinados nutrientes, bem como o seu impacto na absorção pelo organismo das aves. É o que chamamos de nutrição de precisão: mais do que apenas oferecer alimentos, é necessário proporcionar o máximo desempenho zootécnico e econômico da granja”, completa o nutricionista da Trouw Nutrition.

Devido às suas particularidades, a estratégia nutricional Split Feeding só deve ser implementada por profissionais experientes e amparados por modelos de formulação desenvolvidos especificamente para isso.