Solo saudável produz mais alimentos e traz benefícios ao meio ambiente

Dia 5 de dezembro foi instituído Dia Mundial do Solo, pela FAO

Solo saudável produz mais alimentos e traz benefícios ao meio ambiente

 

Alberto C. de Campos Bernardi – Pesquisador
Embrapa Pecuária Sudeste

 

O solo é um recurso natural e não renovável que produz bens e serviços indispensáveis para a vida humana e para os ecossistemas. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a segurança alimentar é fundamental para a saúde humana, e é alcançada quando se garante o acesso a alimentos suficientes, seguros e nutritivos a todas as pessoas. Os solos saudáveis com estrutura bem desenvolvida, teor adequado de matéria orgânica, propriedades físicas, químicas e biológicas favoráveis ao crescimento das culturas levam a altos rendimentos e, portanto, são fundamentais para a segurança alimentar.

A FAO instituiu a data de 05 de dezembro como o Dia Mundial do Solo. Esta celebração ocorre em vários países para divulgar à sociedade que a conservação e o gerenciamento desse recurso natural são primordiais para garantir a segurança alimentar, a qualidade da vida, assegurar o futuro das gerações e a sustentabilidade global dos ecossistemas agrícolas e naturais.

Benefícios que podem passar desapercebidos, porém essenciais, são os serviços ambientais do solo. A ciência já comprovou o papel do solo nos serviços ambientais, como na provisão e regulação do fornecimento de água, controle das emissões de gases de efeito estufa, armazenamento de carbono, ciclagem de nutrientes, manutenção da biodiversidade e controle biológico.

Apesar de todos esses benefícios, infelizmente, os solos nem sempre são trabalhados da maneira mais correta, e isso tem levado à degradação de áreas produtivas. O manejo sustentável é o ponto chave para alcançar a saúde do solo, que é a capacidade de funcionar de forma apropriada, ou seja, sustentar ou melhorar a produtividade, sanidade e a qualidade das plantas e animais, bem como a qualidade do ar e da água em ecossistemas naturais e agrícolas. Ele é fundamental para garantir a segurança alimentar e preservar os serviços essenciais dos ecossistemas e a biodiversidade, além de uma alternativa valiosa para a adaptação às emergências climáticas.

Uma ideia recorrente é a de que apenas os sistemas naturais preservados, conservados ou recuperados podem prover os serviços ambientais. Entretanto, os sistemas conservacionistas, como a Integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), podem ser eficientes provedores dessas funções. Os sistemas integrados têm como base o plantio direto, a manutenção da cobertura permanente do solo e a diversificação de culturas.