Como podemos reduzir o custo de produção na agricultura?

Resposta das plantas aos fertilizantes químicos depende da qualidade física e biológica do solo

Como podemos reduzir o custo de produção na agricultura?

 

Fernando Mendes Lamas- Embrapa Agropecuária Oeste

Quando se analisa os custos de produção de soja, milho e algodão, constata-se que está havendo, ano após ano, um significativo aumento dos mesmos. A elevação é tão expressiva que o produtor identifica “o custo de produção” como uma de suas principais demandas, ou seja, os números estão impactando os produtores brasileiros. As organizações também estão atentas a esse quesito e, por isso, estão trabalhando fortemente o assunto.

Tão importante quanto o inseticida, o herbicida, a cultivar e a máquina é o conhecimento para que se possa otimizar esses fatores de produção. Nesse entendimento produtividade não é apenas quantidade produzida por hectare mas, sim, eficiência do processo de produção.

Os fertilizantes químicos, os inseticidas, os fungicidas e os herbicidas estão sendo adequadamente utilizados? Há muitos fatores que devem ser considerados para definição da dose correta a ser aplicada e sua não observância poderá requerer uma nova aplicação, com impactos diretos no custo de produção, além de outros fatores.

A falta de rotação de culturas, a baixa disponibilidade de palha, a pouca quantidade de raízes ao longo do perfil do solo, em função do sistema de produção predominante – soja/milho ou soja/algodão – interfere na qualidade física do solo. Esse aspecto tem efeito direto e imediato na qualidade química e biológica do solo e até sobre a incidência de doenças e nematoides. Muitas vezes, para minimizar o problema, aumentamos a quantidade de fertilizantes e, consequentemente, o custo de produção. A resposta das plantas aos fertilizantes químicos depende da qualidade física e biológica do solo. Se o solo não tiver capacidade para responder aos efeitos da adubação química, o adubo estará muito caro.

A partir destas “informações”, surge a pergunta, mas o que pode ser feito para melhorar a eficiência das lavouras? A primeira resposta é: devemos trabalhar mais o processo e menos o produto; temos que pensar mais na planta e, talvez menos, no inseto ou no fungo causador de alguma doença.

Qual seria o melhor arranjo produtivo para o solo?. Primeira opção: soja no verão e milho no outono/inverno ou Segunda opção: soja no verão e milho + braquiária no outono/inverno ou ainda Terceira opção: soja no verão e braquiária + crotalária no outono/inverno? Não temos dúvida, a segunda e a terceira alternativas, para a maioria das situações, são mais adequadas. Ambas, contribuem com: a melhoria o solo, sob o ponto de vista físico, químico e biológico; além de auxiliar no controle de plantas daninhas de difícil controle, como a buva e o capim amargoso, reduzindo o gasto com herbicidas.