Touros jovens melhoradores: a chave para acelerar o progresso genético
José Marques Carneiro Junior-
pesquisador da Embrapa Acre
Vários fatores têm contribuído para uma crescente demanda por genética superior. Destacam-se as vantagens econômicas dos animais superiores para uma pecuária eficiente e rentável. A escolha correta do reprodutor assume um papel decisivo na evolução produtiva e reprodutiva do rebanho, pois, enquanto uma fêmea produz, em condições naturais, um bezerro por ano, o touro pode deixar dezenas ou até centenas de descendentes. Dessa forma, ele é responsável por até 90% do melhoramento de um plantel. Entretanto, apesar de sua alta importância, ainda é comum a utilização de reprodutores com genealogia desconhecida e genética defasada.
Produtores de genética têm o desafio de manter seus criatórios em processo constante de melhoramento. Na prática, isso tem sido uma tarefa árdua, devido à necessidade de ganhos simultâneos nos aspectos ponderais, reprodutivos e morfológicos dos animais. Se, por um lado, o produtor de cria erra ao utilizar touros “ponta de boiada”, o de genética também erra ao optar por reprodutores com genética desatualizada. Pode-se considerar defasados aqueles que, em uma classificação geral, publicada em sumários, encontram-se entre os 50% com menor desempenho para a característica de interesse.
Uma premissa básica do melhoramento genético é que as gerações recentes sejam superiores às anteriores. Para isso, uma estratégia altamente adotada é a utilização de touros jovens, cujo conceito vai além da idade. Exemplares mais jovens, oriundos de acasalamentos direcionados, têm maior probabilidade de serem superiores. Um bom plano de melhoramento deve considerar o acasalamento entre touros superiores com matrizes de alto potencial com finalidade de incrementar ganhos e corrigir possíveis defeitos morfológicos e raciais. Esse processo realizado geração após geração proporciona a melhoria contínua dos indicadores produtivos e reprodutivos.