Golpes em financiamentos de veículos são alvos da Polícia Civil de Presidente Venceslau
Deinter-8
A Polícia Civil do Estado de São Paulo, por meio da Central de Polícia Judiciária de Presidente Venceslau, deflagrou hoje (26) a “Operação Vultus”, que apura a atuação de uma associação criminosa dedicada à prática reiterada de delitos de estelionato, cometidos através de financiamentos fraudados de automóveis e posterior lavagem de capitais.
Foram cumpridos 09 (nove) mandados de busca domiciliar nas cidades de São Paulo/SP (02), Curitiba/PR (02), Sapiranga/RS (03) e Presidente Venceslau/SP (02).
Os fatos investigados recaem sobre a atuação de uma revenda de veículos, sediada na cidade de Presidente Venceslau que, após a celebração de contrato de correspondente com uma financeira de créditos, passou a formalizar e encaminhar diversas propostas de financiamentos de veículos automotores, supostamente negociados naquela revenda.
Ao menos 11 (onze) contratos de financiamentos, que alcançaram o montante superior a R$ 700 mil, as vítimas, todas mulheres e residentes na região da grande São Paulo, contestaram os financiamentos celebrados com a financeira e alegaram que jamais haviam comparecido a Presidente Venceslau.
Da mesma forma, descobriu-se que os então proprietários dos automóveis, objetos das alienações sequer sabiam que os seus automóveis estavam sendo usados em contratos de alienação.
As investigações iniciais revelaram que a revenda de veículos estaria formalizando contratos de financiamentos envolvendo a negociação fictícia de veículos e, para a aprovação do crédito, diante da necessidade de validação por meio de reconhecimento facial da pessoa que supostamente estaria fazendo a aquisição do automóvel (todas mulheres), providenciavam o contato com as vítimas, nas respectivas datas de seus aniversários, forjando a entrega de um buque de flores.
Na entrega das flores as vítimas eram submetidas a um novo engodo, sendo convencidas a realizar um registro fotográfico, do “tipo selfie” que, na verdade, funcionava como a validação do reconhecimento facial e a liberação dos valores em favor da revenda, restando a essas mulheres o prejuízo do financiamento pendente e a implicação de gravames nos veículos de terceiros, estes também envolvidos indevidamente nas fraudes.
As vítimas aniversariantes acreditavam estarem sendo fotografadas a pedido dos remetentes das flores, quando na verdade, chancelavam o falso e ilícito contrato, concretizando a alienação com aquela foto que funcionava como uma assinatura digital.
Estima-se que o grupo criminoso já causou prejuízo a pelo menos 50 (cinquenta vítimas) em todo o Estado de São Paulo.
A primeira etapa da operação busca colher outros elementos de informação e avançar em relação a outras pessoas, ainda não identificadas, e que fazem parte do esquema criminoso.