Mulher suspeita confessa em interrogatório sua participação na morte do marido em Tupi Paulista
Polícia Civil (Deinter 8)
A Polícia Civil, por intermédio da Delegacia de Polícia de Tupi Paulista, interrogou ontem (13/3) uma mulher de 40 anos suspeita de praticar o homicídio contra o próprio marido em Tupi Paulista. O crime ocorreu na madrugada de 12 de fevereiro de 2024, no apartamento onde o casal residia, em um prédio localizado na região central do município.
O laudo necroscópico do IML (Instituto Médico Legal) realizado no corpo da vítima, um comerciante de 41 anos, constatou que as lesões, ou seja, os cortes no pescoço e no pulso eram incompatíveis com a versão apresentada e sustentada pela acusada, que relatava ter havido uma tentativa de feminicídio seguida de suicídio.
Diante da evidente constatação de inconsistência na versão inicial narrada pela acusada, corroborada com as investigações de novas diligências, a Polícia Civil solicitou à Justiça um pedido de prisão temporária da mulher. E a prisão cautelar da acusada ocorreu no último dia 5 de março (terça-feira) no mesmo apartamento em que o crime aconteceu.
CONFISSÃO- Nesta quarta-feira (13/3), ao ser interrogada formalmente na presença de seu defensor, a mulher confessou ter assassinado seu marido. Em sua oitiva, a acusada afirmou que na noite do crime, dia 12 de fevereiro após o casal ter uma discussão relacionada ao relacionamento do convívio conjugal e com a intenção de separação, houve uma discussão entre as partes, porém tal situação foi amenizada e ela foi deitar e tentou cochilar, quando sentiu uma “ardência” em seu braço esquerdo que a fez despertar.
Ao acordar, percebeu que seu marido estava com uma faca e havia realizado um corte nela. Neste momento, ela teria se assustado e ido até a lateral da cama, onde iniciou uma discussão verbal com xingamentos. Depois, ambos já estando em pé, seu marido a teria agarrado fortemente pelos cabelos e continuado a xingá-la sobre fatos de cunho familiar.
Neste momento, a mulher pegou a faca que estava sobre a cama e desferiu um golpe no pescoço da vítima, que estava em suas costas agarrando seus cabelos. Após o golpe, a vítima não a teria soltado e a mulher desferiu um novo golpe atingindo o pulso direito do homem, com o qual ele a segurava, fazendo-o soltá-la.
Após isso, ambos caíram ao solo, entre a cama e a parede da janela, mas o marido ainda continuava tentando investir contra ela. Ela desferiu outro golpe no pescoço da vítima, porém mesmo assim, o homem investia contra ela, tentando agarrá-la mais uma vez, momento em que a suspeita atingiu o pulso esquerdo da vítima.
Após o golpe, ela percebeu que a vítima se mexia e sangrava muito e não falava. A mulher alega que entrou em desespero provocando autolesão em si mesma, com a intenção de se matar, mas acabou desistindo daquela ação. Depois, foi até o banheiro, pegou seu celular e acionou o 190, aguardando a chegada dos Policiais Militares para o atendimento da ocorrência. Ela afirmou que agiu sozinha e não premeditou o acontecido trágico.
A acusada permaneceu recolhida na carceragem da Cadeia de Tupi Paulista cumprindo o prazo da prisão temporária, e em ato contínuo, a Polícia Civil finalizaria os procedimentos de polícia judiciária, solicitando a realização do exame de Reprodução Simulada dos Fatos (Reconstituição do Crime), com o objetivo de esclarecer a dinâmica do ocorrido e dirimir eventuais contradições.
A Polícia Civil representará ao Poder Judiciário pela conversão do pedido de prisão temporária em prisão preventiva, para posterior remoção da mulher ao sistema prisional, ficando à disposição da Justiça.