Após denúncias, oito pessoas são presas suspeitas de manter pacientes de residências terapêuticas em cárcere privado em Pirapozinho

Após denúncias, oito pessoas são presas suspeitas de manter pacientes de residências terapêuticas em cárcere privado em Pirapozinho

Oito pessoas foram presas nesta quarta-feira (22) por supostamente manter em cárcere privado pacientes de duas residências terapêuticas, em Pirapozinho (SP).

A Polícia Civil, em operação conjunta com o Ministério Público (MP) denominada ‘Freedom’, iniciou a fiscalização após receber denúncias de populares e pacientes.

Durante a investigação, foi constatado que diversos pacientes estavam nas residências de forma involuntária.

Conforme os relatos, as vítimas eram sequestradas e levadas para as residências, onde eram mantidas em cárcere privado. Ainda segundo a denúncia de pacientes, os quartos eram trancados por fora durante a noite e não era servida alimentação noturna, além da água ser servida de forma racionada.

Os pacientes também eram dopados de forma excessiva quando pediam para ir embora das clínicas, o que evitava a saída de forma voluntária. O contato com os familiares era limitado, segundo alguns relatos.

Ainda conforme uma denúncia, era cometido o crime de tortura em uma das clínicas.

Após ouvir diversos depoimentos de pacientes, o delegado de Polícia responsável pela investigação, Rafael Galvão, deu voz de prisão à oito pessoas por cometer crime de cárcere privado. Serão instaurados inquéritos policiais para investigar os outros crimes citados, como tortura e sequestro.

Os suspeitos permaneceram presos e passarão por audiência de custódia.

‘Depósito de seres humanos’

 

De acordo com o promotor de Justiça, os locais vistoriados eram inapropriados e insalubres para a internação de pacientes, o que viola os direitos humanos dos cidadãos, visto que serviam como “espécies de cativeiros para depósitos de seres humanos”.

Segundo o delegado, a ação conjunta com o Ministério Público reforça a necessidade de seguir todas as modalidades de internação mediante a lei, “havendo uma função também pedagógica na presente ação policial e mostrando a Polícia Civil como garantidora dos direitos de todos cidadãos, inclusive os em situação de drogadição”.

A operação conjunta contou com a participação de 14 policiais civis, um membro do Ministério Público, duas técnicas do Núcleo de Assessoria Técnica Psicossocial do MP, bem como apoio da Vigilância Sanitária municipal e estadual, e Assistência Social.