Cheiro forte, bichos mortos, 2 metros de água: como ficou o Aeroporto de Porto Alegre, fechado após enchente

Cheiro forte, bichos mortos, 2 metros de água: como ficou o Aeroporto de Porto Alegre, fechado após enchente

Uma das imagens mais marcantes e tristes da enchente em Porto Alegre é a do Aeroporto Internacional Salgado Filho inundado. O Fantástico teve acesso a partes internas do local, que antes era cheio de vida e movimento e, agora, é um ambiente desolador, onde só é possível chegar de barco.

O prédio tem 3 andares e só o térreo foi atingido, mas o cheiro forte de alimentos começa a aparecer, na sala de embarque, no segundo piso.

O impacto da água, que passou por cima do sistema da bacia de detenção – que funciona como proteção a alagamentos -, atingiu cabos de telefonia, internet e equipamentos feitos sob medida para o aeroporto, como esteiras, monitores e balanças.

A inundação chegou perto de 2 metros de altura em alguns pontos e, conforme se avança pelo saguão, chama atenção a quantidade de sujeira na água: bicho morto, detrito de plástico.

O último voo antes do fechamento do Salgado Filho foi para o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, às 20:10 do dia 3 de maio. Agora, o painel mostra o cancelamento generalizado.

“A notícia triste que nós temos é o fato de que o sistemas estão todos absolutamente prejudicados. Isto significa que o tempo necessário para recuperar na plenitude a operação do Aeroporto Salgado Filho deve ser de alguns meses”, afirma o engenheiro civil Luiz Afonso.

 

Enquanto o aeroporto de Porto Alegre estiver fechado, a gestora planeja fazer até cinco voos comerciais diários da Base Aérea de Canoas. O governo elabora um plano emergencial para desviar mais de 100 voos a aeroportos da região.

Enquanto as operações não voltam, a Polícia Federal faz a segurança do local. Agentes estão por lá desde que uma operação foi realizada após um risco ser detectado pelas redes sociais. Um grupo tático foi enviado para blindar uma carga muito sensível: caixas com 3 mil armas, fuzis e pistolas. Agora, elas já não estão mais no Salgado Filho.

“Depois do resgate das armas, encerrou aquela missão e foi para missões de patrulhamento. Patrulhamento noturno, com óculos de visão noturna, com embarcações próprias e equipamentos, tá? Mira laser e outros. Eles estão no policiamento nas regiões mais sensíveis e mais conflagradas, fazendo patrulhamento do perímetro e dentro do aeroporto”, diz Aldronei Rodrigues, superintendente regional da PF-RS.