São Paulo pode ter seguro obrigatório estadual para vítimas de trânsito
Uma indenização que dê amparo às vítimas de trânsito de São Paulo, a ser paga pelo governo estadual, foi discutida na semana passada durante um encontro entre o deputado Enio Tatto (PT), membro da Comissão de Transporte e Comunicações na ALESP, e representantes da ONG Centro de Defesa das Vítimas de Trânsito (CDVT).
De acordo com o presidente da entidade, a proposta foi muito bem recebida pelo parlamentar. “O Enio Tatto tem consciência de que algo deve ser feito para garantir dignidade às vítimas do trânsito em São Paulo, de se criar um mecanismo de responsabilidade civil obrigatória que dê amparo às pessoas diante das graves consequências dos acidentes”, afirma Lucio Almeida.
O Brasil é o terceiro país que mais mata pessoas no trânsito, sendo que o Estado de São Paulo lidera o ranking nacional, e os números levantados recentemente mostram que a situação tem se agravado. Segundo dados da plataforma Infosiga, do Detran, entre janeiro e novembro de 2024, São Paulo registrou 16 mortes por dia no trânsito, o maior patamar em nove anos.
Entre as medidas apresentadas pela entidade ao deputado Enio Tatto estão indenização por óbito aos familiares, já que muitos mortos são provedores de família, reembolso parcial ou integral por despesas médicas para cobrir os gastos com hospitalização, medicamentos e reabilitação, e auxílio financeiro para as despesas com o funeral, em caso de vítimas fatais. “Não podemos mais tolerar que cidadãos sejam ceifados, mutilados, tornem-se paraplégicos ou tetraplégicos, sofram sequelas irreparáveis e sejam excluídos do mercado de trabalho, muitas vezes dependendo da caridade alheia por não conseguirem acesso aos benefícios sociais. Portanto, a implementação de um seguro obrigatório em São Paulo é uma medida crucial e urgente”, conclui o presidente do CDVT.