Ontem à tarde, na casa dos familiares em Dracena, ainda triste pelo falecimento da mãe dele na quarta-feira e antes de retornar para Florianópolis, o meio campista Fernandes – que disputa o Campeonato Brasileiro pelo Figueirense – recebeu a reportagem do JR e falou da carreira no time catarinense.
Antes de comentar a carreira, o jogador lamentou a morte de dona Adelaide, a mãe, dizendo que é um momento difícil da vida, mas acredita que ela está num bom lugar, que Deus vai confortar os corações da família toda e a vida segue em frente. Fernandes explicou que não joga contra o São Paulo neste domingo (29), já que foi liberado pelo Figueirense, e só retonará à equipe na semana que vem contra o Atlético Goianiense.
Fernandes disse que está há 14 anos jogando no futebol brasileiro, 12 deles no time de Santa Catarina; em 2002, no Palmeiras, quando disputou o Rio-São Paulo e o Campeonato Paulista e depois, em 2003, na Coréia do Sul e nos Emirados Árabes, em 2004. Afirmou ainda que no Figueirense está vivendo bons momentos e espera continuar jogando pelo clube por muitos anos.
Um grande momento vivido no clube catarinense foi a volta à série A do Brasileirão, ano passado, com uma festa muito grande por parte da torcida. “É sempre bacana jogar futebol e fazer história dentro de um clube, e isto graças a Deus consegui no Figueirense”, comenta o meio campista. No Figueirense, onde já marcou 100 gols, sendo o primeiro atleta a chegar nesta marca, Fernandes pretende completar, até o final do Brasileiro, os 400 jogos com a camisa do time catarinense. Para isso, restam apenas 20 jogos. “No Figueirense, sou um homem feliz e espero ter muitas histórias para contar aos meus filhos e quem sabe aos meus netos”, ressaltou o jogador.
Fernandes analisou o Campeonato Brasileiro como um dos mais difíceis e equilibrados do mundo – nos últimos dez anos foram sete campeões diferentes – o que mostra a diferença em relação aos outros países, quando praticamente são as mesmas equipes que ganham o título.
“No Brasileirão, de 20, 10 são equipes tradicionais e outras 10, entre elas o Figueirense, dificultam muito os adversários. Existe o equilíbrio e as equipes menores complicam muito os times de maior tradição no futebol nacional, isso deixa a competição diferente e entusiasma as torcidas de todos os clubes, motivando a todos”.
Analisando o momento do futebol brasileiro, Fernandes considerou que as equipes favoritas ao título são: o Santos, que foi campeão Paulista e está bem na Libertadores e o Cruzeiro, pelo que fez na Libertadores.
Ele cita que o favoritismo existe, mas isso, no Brasileirão, não conta muito, já que são 38 jogos no geral e, além de Santos e Cruzeiro, as outras equipes correm atrás do título de campeão.
Nascido em Itaporanga, o jogador lembrou que veio aos três anos de idade para Dracena, quando começou a jogar futsal e teve como técnicos: Dário Fonseca, depois Dozinho, Mandril e Tim, pessoas que considera muito e guarda no coração, pois o ensinaram a jogar. “Tenho Dracena no coração e sempre que tenho uma folga venho correndo.
Infelizmente, nos jogos da Solidariedade de final de ano, as datas não coincidem e nunca estive presente, quem sabe este ano vou participar, pois é importante esta interação com a população dracenense”, ressaltou.
Fernandes comentou ainda a situação financeira difícil pela qual passa o ex-atacante Miller, do São Paulo e da Seleção Brasileira. Ele entende que é necessário ao jogador ter uma estrutura familiar, já que o sucesso e a fama no futebol profissional é rápida, pois vem o assédio da torcida, dos amigos, da imprensa e alguns, às vezes, aproveitam-se disso.
“O Miller teve uma história muito bonita e sólida, ganhou dinheiro, mas não soube administrar. Estou torcendo para que ele dê a volta por cima, mas precisa da estrutura da família e saber investir bem para que no final da carreira tenha tranquilidade financeira.
É preciso ter muita persistência e humildade, sem se empolgar com os elogios e não ficar triste com as críticas, acreditar em Deus para conquistar outras coisas. Sempre acreditei que ia ser jogador de futebol e fui atrás desse sonho que se tornou realidade”, concluiu Fernandes.