O aumento de casos de dengue no município já era preocupante e com a presença do sorotipo 2 do vírus, a situação pode ser ainda pior. O infectologista da Secretaria de Saúde de Dracena, Ivan Marinho explicou que na região há uma incidência alta de dengue e a circulação do tipo 2 traz a preocupação maior de ocorrerem casos mais graves da doença, como a dengue hemorrágica que pode levar à morte.
Ele afirma que não existe imunidade permanente contra a dengue. “Se uma pessoa foi alvo do tipo 1 pode adoecer de novo e desenvolver ou não a doença com mais gravidade. O tipo 2 não é mais forte, tudo depende de que forma a pessoa vai reagir à doença”. O infectologista destaca ainda que no Brasil circulam três sorotipos do vírus da dengue, mas alerta que na presença do tipo 1 e do tipo 2, as chances de dengue hemorrágica são maiores.
Os sintomas da dengue hemorrágica são os mesmos da dengue comum, mas a diferença, segundo Marinho é que o quadro clínico se agrava rapidamente, apresentando insuficiência respiratória e choque, além de hemorragia. Por isso, a importância de procurar o serviço de saúde o mais rápido possível ao identificar qualquer dos sintomas da dengue: febre, dores no corpo, principalmente nas articulações e dor de cabeça.
O Brasil possui uma prevalência da doença, segundo Marinho, por ser um país tropical onde as condições do meio ambiente, aliadas as características urbanas, favorecem o desenvolvimento e a proliferação do mosquito transmissor, o Aedes aegypti. O infectologista informou que os ovos incubados podem ficar seis meses sem contato com a água e, ao encontrar as condições favoráveis, eclodirem e evoluírem até se transformarem em novos mosquitos.
“É preciso eliminar os criadouros do mosquito para não deixar que o vetor se desenvolva, evitando novos casos da doença. Esta é a melhor forma de prevenção”, afirma. O infectologista também disse que pode haver risco de epidemia, uma vez que o comportamento da doença na região tem mudado, já sendo encontrados os sorotipos 1 e 2 do vírus da dengue.