A escalada no número de casos de dengue em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) tem provocado crescimento em registros mais graves da doença neste ano. De acordo com dados da Secretaria da Saúde de Ribeirão, de janeiro até ontem (6), 43 pessoas foram vítimas de dengue hemorrágica ou com complicações.
Em todo o ano passado, foram 13 casos de agravamentos desse tipo, e em 2006, durante a segunda maior epidemia da história, 27 registros. Até ontem, o total de casos de dengue em Ribeirão neste ano chegou aos 8.940.
Dos 43 registros mais graves de dengue deste ano, 35 doentes precisaram de internação. A reportagem já havia buscado antes dados sobre internações e agravos da dengue, mas a informação é que os registros não estavam atualizados.
Segundo a chefe da Vigilância Epidemiológica, Ana Alice de Castro e Silva, a diferença entre os casos de dengue hemorrágica e dengue com complicações está nos critérios usados para a classificação.
Na detecção da hemorrágica, o paciente tem de cumprir quatro critérios: exame laboratorial positivo, queda no nível de plaquetas, presença de hemorragia e aumento da concentração do sangue.
Já na dengue com complicações, o paciente não atende a todos os critérios da hemorrágica, mas registra alguns deles.
A volta do sorotipo 1 da dengue, que ficou “adormecido” desde os anos 1990, é uma das causas dos agravamentos. Muitas pessoas que tiveram outros tipos da doença agora foram contaminadas com o sorotipo 1.
“Esse retorno do tipo 1 serve de alerta não apenas para Ribeirão, mas para todo o Brasil, pois há uma grande parcela da população não imune à dengue, o que pode ocasionar novas epidemias nos grandes centros urbanos”, afirmou o epidemiologista Roberto Medronho, do departamento de medicina preventiva da UFRJ.
Mesmo com o crescimento dos casos graves de dengue, ainda é possível encontrar na cidade locais que servem como criadouros do Aedes aegypti.