Uma dívida que beira os R$ 2 milhões. Um rombo mensal de R$ 120 mil, que aumenta mês a mês os compromissos e uma crise que só se agrava.
Foi numa reunião organizada pela Prefeitura e pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Osvaldo Cruz nesta terça-feira, 8, no plenário da Câmara Municipal que os números e a situação financeira porque passa o único hospital público da cidade e que administra também o único pronto-socorro foram conhecidos.
Com um plenário lotado de lideranças, funcionários, os prefeitos de Sagres, Salmourão e Osvaldo Cruz e ainda da Organização Social e Educacional Paulistana (OSEP), a comunidade conheceu o valor e até onde vai a crise na Santa Casa de Osvaldo Cruz.
Gerenciamento
Profissionalizar o gerenciamento de todo o hospital através da ONG OSEP é a proposta inicial, como explica o Coordenador de Projetos, Querubim Expedito Faria, especialista em gestão hospitalar e que assina a auditoria realizada no hospital.
“O sistema de saúde é uma engrenagem e tem que funcionar com entrada, meio e saída. Ela não pode ter ações fragmentadas, mas totalmente integradas. O modelo ideal para a Santa Casa é o gerenciamento e não a gestão, compartilhada com a irmandade para viabilizar o recurso que se tem hoje e discutir a dívida do hospital. Desta forma, vamos contribuir também para a solução do problema da dívida”, esclarece Faria.
Para a enfermeira Roseni de Souza, presidente da OSEP, o modelo de nova gestão será de cooperação com a mesa administrativa da Santa Casa. “Estamos vindo para cá com a ideia de reeducar tanto os usuários como os próprios profissionais que estão na unidade. Verificamos que existe hoje um modelo de gestão em que não há um controle dentro da Santa Casa e estamos aqui para ajudar, junto com o provedor, a organizar de uma forma melhor para adequar o gerenciamento do hospital”, declara.
O provedor da Santa Casa, Ciro Durighetto, confirmou que o déficit mensal da Santa Casa é de R$ 120 mil, ou seja, arrecada cerca de R$ 400 mil mensais e gasta R$ 600 mil, com repasses pelas prefeituras da ordem de R$ 80 mil. Com 150 funcionários atualmente, administrar a Santa Casa e seu pronto-socorro é cada vez mais difícil.
Durighetto destacou que por enquanto nenhum funcionário será dispensado e nem o pronto-socorro da Santa Casa será fechado no dia 15 de junho, como inicialmente previsto. Para a população, por enquanto, fica tudo como está.