Concursos, palestras, exposições, teatros e apresentações de vídeo foram promovidos nas escolas municipais de Dracena durante esta semana. As atividades marcaram a primeira Semana Antidrogas na cidade, que tem como objetivo conscientizar e incentivar o envolvimento da sociedade em ações de combate às drogas. Não só os alunos como também muitos pais assistiram às palestras. Este ato, aparentemente simples, pode reforçar o relacionamento entre pai e filho, um dos pilares fundamentais na prevenção ao uso de drogas.

A psicóloga Sílvia Sábio e a terapeuta ocupacional Silvana Henriques, ambas do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas – CAPS AD II – explicam que os pais devem manter um canal aberto para o diálogo com o filho, esclarecendo suas dúvidas e participando de sua vida. Mas, também não se pode esquecer de estabelecer limites ao filho durante o processo de educação. Se ainda, no decorrer da vida, ele se envolver com drogas, é necessário colocar-se disponível para ajudá-lo e, concomitantemente buscar ajuda profissional.

Muitas famílias encontram dificuldades para identificar o uso de drogas, apenas percebem o fato, quando o filho já faz uso das substâncias há algum tempo. Sílvia e Silvana orientam os pais, para que fiquem atentos às mudanças de comportamento, como: rebeldia, confronto, falta de responsabilidade com horários e demais tarefas de vida diária, falta de asseio pessoal, troca do dia pela noite.

Pessoas com baixa resistência a frustração; baixa autoestima; baixo rendimento escolar; dificuldade nos relacionamentos sociais, e de estabelecer vínculos; imaturidade emocional; ambiente familiar disfuncional e com histórico de dependência na família são mais suscetíveis ao uso de drogas. Porém, é muito importante salientar que, nem sempre pessoas com tais características serão dependentes químicos.

Há casos em que a pessoa viciada quer se tratar, mas não encontra condições uma vez que a própria família não acredita na recuperação e não disponibiliza meios para o tratamento. Quando não é possível restabelecer o vínculo família-paciente, o caminho apontado pelas profissionais é tentar estruturar o paciente emocionalmente para que ele possa seguir sozinho no tratamento.

Tanto a psicóloga quanto a terapeuta ocupacional consideram que o número de dependentes químicos em Dracena e região está aumentando cada vez mais e somente uma parcela muito pequena da sociedade se mobiliza para reverter tal situação, sendo os dependentes químicos muito discriminados. Para elas, além da importância da relação familiar é necessário propor medidas de intervenção específicas, que podem ser palestras, teatros, relatos de caso de acordo com cada público específico.

O CAPS-AD atende dependentes químicos de Dracena e cidades vizinhas. Também realiza trabalho com dependentes do tabaco.

SERVIÇO: CAPS-AD II – Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas, localizado à rua Frederico Ozanan, 2591, no Jardim Jussara. Fone: 3822-4050.