O ritmo de registros de novos medicamentos genéricos caiu em 2010. Até o início do mês, foram 84, e a expectativa do mercado é que o volume não chegue aos 295 ocorridos no ano passado. Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos). Apesar do número menor, medicamentos de grande procura devem estar disponíveis ao consumidor ainda este ano, como é o caso do genérico do Viagra, para disfunção sexual.
O presidente da associação de fabricantes, Odnir Finotti, explica que a queda de registros de medicamentos é um movimento natural do mercado. “A tendência é que daqui para frente haja um número reduzido de registros, pois os remédios com grande interesse por parte dos consumidores já tiveram o prazo de patente expirado e estão à venda como genéricos”, afirma.
Hoje são 2.951 medicamentos genéricos no mercado, que de acordo com Finotti cobrem 90% das doenças. “A indústria continua acompanhando o prazo das patentes”, avalia.
Para o diretor do Centro Paulista de Economia da Saúde da Fundação de Apoio à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Marcos Bosi Ferraz, o mercado de genéricos mostra amadurecimento sobre o registro e a disponibilidade de medicamentos dessa linha. “Mesmo assim, ainda há espaço para crescer. É um mercado de consumo em crescimento”, diz.
Apesar do ritmo menor de registros de medicamentos com patentes liberadas, o mercado de genéricos apresentou crescimento de 31,3% em vendas de unidades – de 71,4 milhões para 93,8 milhões – no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2009.
Quanto ao faturamento, a alta foi de 76,1% na comparação entre os trimestres – de US$ 407,2 milhões nos três primeiros meses de 2009 para US$ 717,1 milhões de janeiro a março de 2010.
Em abril, houve a liberação da patente do Viagra, que já está no mercado como genérico e com grande procura pelos usuários. Em fevereiro, o Diovan (Valsartan ou Valsartana), medicamento para controle da hipertensão arterial teve a patente expirada e logo deve estar nas farmácias na versão genérica. Outro que chega no fim do ano é o genérico do Lipitor (Atorvastatina), o remédio mais consumido do mundo para combater colesterol.