Um estudo realizado pela Casa da Aids do Hospital das Clínicas da FMUSP, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, mostra que 60% dos pacientes com HIV/AIDS atendidos têm relação afetiva estável, independentemente da orientação sexual. A pesquisa também apontou que 10% não revelam ao parceiro serem soropositivos.

Apesar de infectados pelo HIV, 2/3 disseram ter relacionamento com pessoas não portadoras do vírus. “Embora muitos falem para o parceiro sobre sua soropositividade, ainda há uma pequena parcela que tem dificuldade”, diz a diretora da Casa da Aids, Eliana Gutierrez. Com 44 anos, em média, a maioria dos pacientes acompanhados pelo serviço é formada por homens que convivem há mais de 10 anos com a doença.

De acordo com Gutierrez, o aparecimento dos anti-retrovirais tornou a Aids uma doença crônica. Dos portadores do vírus que feqüentam a Casa da Aids e fazem uso dos medicamentos, 94% avaliam o resultado do tratamento como bom.

Outro dado positivo do levantamento é que grande parte está integrada à sociedade produtivamente, pois apenas 16% estão desempregados. “Se dermos uma chance e permitirmos que o paciente de HIV/Aids se trate, ele reconstruirá seu caminho”, diz Eliana.

Com os avanços nas pesquisas, as pessoas infectadas convivem com o HIV e muitos estão envelhecendo com ele e tornando-se pacientes complexos. Mas apesar das complexidades trazidas pelo vírus – pelo uso de coquetel e pela idade – é possível dizer que a situação é muito melhor do que há 20 anos. “Hoje, os infectados pelo vírus já se permitem pensar no futuro”, conclui Eliana Gutierrez.