A Secretaria de Estado da Saúde decidiu recomendar, por precaução, a todos os municípios paulistas que suspendam imediatamente a campanha de vacinação de cães e gatos contra a raiva animal. A decisão ocorre porque o número de reações adversas notificadas à Coordenadoria de Controle de Doenças da pasta está acima do observado em anos anteriores, podendo, na avaliação dos técnicos da Secretaria, colocar em risco a vida dos animais imunizados.
O maior número de eventos adversos notificados é procedente dos municípios de São Paulo e Guarulhos, que têm ampla experiência na realização de campanhas de imunização de cães e gatos. Nessas duas cidades foram registrados 7 casos de choque anafilático em animais vacinados, dos quais seis morreram, sendo quatro gatos e dois cães.
Na capital paulista, das 567 reações notificadas entre os dias 16 e 17 de agosto, 38% são consideradas eventos graves, como prostração, anorexia, dificuldade respiratória, convulsões e hemorragias. Nesse período, foram imunizados 121.691 animais em toda a cidade. Em Guarulhos, que já suspendeu a vacinação, houve 40 reações adversas entre 42.860 animais vacinados entre 9 e 13 de agosto.
A maior parte das reações tem sido observada em gatos e nos cães de pequeno porte (em torno de 6,5 quilos de peso). Somente na cidade de São Paulo, 85,3% das reações ocorreram com gatos vacinados nos dias 16 e 17.
Também foram constatados quatro óbitos, sendo dois de cães e dois de gatos, no interior de São Paulo. Nem todos os municípios paulistas iniciaram a campanha de imunização.
Em Dracena, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) estava com a campanha programada para o mês de setembro, que foi cancelada. Segundo Hugo Vagner Ulbano Bachega, diretor e médico veterinário do CCZ, a medida foi tomada até que sejam esclarecidas as eventuais causas das reações adversas, ocasionadas em alguns animais, pela vacinação antirrábica na campanha no estado de São Paulo.
Assim que as causas forem devidamente esclarecidas, o CCZ de Dracena entrará em contato com a população através da imprensa.
O Instituto Pasteur, órgão da Secretaria, irá investigar os óbitos e as reações graves. A Secretaria informou ao Ministério da Saúde, responsável pela compra e distribuição das vacinas aos Estados, sobre os problemas surgidos, e aguarda orientações.